Homenagem

Comissão aprova inclusão de Dulcina de Moraes no Livro de Heroínas da Pátria

Proposta relatada pela senadora Teresa Leitão que inclui nome da atriz brasileira entre os heróis e heroínas do Brasil segue para sanção presidencial

Foto: Acervo Fundação Brasileira de Teatro

Comissão aprova inclusão de Dulcina de Moraes no Livro de Heroínas da Pátria

O nome da atriz Dulcina de Moraes está próximo de ser incluído no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria

Considerada uma das grandes damas do teatro nacional, a atriz Dulcina de Moraes está a um passo de se tonar uma Heroína da Pátria. A Comissão de Educação (CE) do Senado aprovou nesta terça-feira (24/10) o relatório da senadora Teresa Leitão (PT-PE) ao Projeto de Lei (PL 25/2020) que inclui o nome da atriz (1908-1996) no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A proposta é de autoria da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). 

Dulcina Mynssen de Moraes, nascida na cidade de Valença (RJ) em 1908, tem “inegável relevância na história do teatro brasileiro, não só pelo primor de sua atuação cênica, mas também pelo seu legado na formação de inúmeros artistas”, de acordo com o relatório da senadora. 

Filha dos atores Átila e Conchita de Moraes, despontou no teatro profissional já aos 15 anos de idade, em 1924, atuando na Companhia Leopoldo Fróes, e rapidamente se destacou como uma das jovens promessas da cena cultural brasileira da época. 

Após integrar as mais importantes companhias teatrais, fundou em 1935 a Companhia Dulcina-Odilon, em conjunto com seu marido, o ator Odilon Azevedo. A Cia. Dulcina-Odilon, também conhecida como Cia. D-O, trouxe à cena grandes dramaturgos brasileiros e internacionais e apresentou ao público atores e atrizes que viriam a ganhar enorme projeção nas décadas seguintes. 

Dulcina atuou com proficiência em diversos papéis e é frequentemente lembrada por sua memorável interpretação no espetáculo Chuva, dirigido e protagonizado por ela, que estreou em 1945 e percorreu o Brasil por seguidos anos. 

A grande realização da vida de Dulcina foi a concepção da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), no ano de 1955, no Rio de Janeiro. Grandes nomes do teatro nacional assinaram o documento de criação da FBT. Entre eles, Paulo Autran, Adolfo Celi, Tônia Carreiro e Bibi Ferreira. 

Após anos formando artistas no Rio de Janeiro, a FBT foi transferida para Brasília no começo da década de 1970, fazendo de Dulcina uma das pioneiras na construção da Capital Federal. Projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1980, o Teatro Dulcina de Moraes, integrante da FBT, foi tombado como patrimônio cultural do Distrito Federal. 

Além de sua atuação na dramaturgia e na formação de atores e atrizes, é fundamental lembrar também a luta de Dulcina pela regulamentação da profissão de artista, ocorrida em 1977. Ela faleceu em Brasília, em 1996. 

Livro 

A Lei 11.5972017 disciplina a inscrição de nomes no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, monumento localizado em Brasília, construído em homenagem ao ex-presidente Tancredo Neves. 

Nos termos dessa lei, são merecedores da distinção brasileiros e brasileiras, individualmente ou em grupo, que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo, desde que decorridos dez anos de sua morte ou presunção de morte, exceção feita aos brasileiros mortos ou presumidamente mortos em campo de batalha.

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