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Comissão aprova recriação do Mais Médicos por unanimidade

Representante do PT na votação, Rogério Carvalho elogia proposta da relatora Zenaide Maia, que, entre outros pontos, prevê quatro anos de avaliação seriada para a revalidação de diplomas estrangeiros. Texto segue para plenários da Câmara e do Senado

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Comissão aprova recriação do Mais Médicos por unanimidade

Médicos chegam ao local de prova para a segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2020, em Brasília.

A medida provisória que recriou o Programa Mais Médicos foi aprovada por unanimidade pela comissão especial nesta quarta-feira (31). Agora, o texto (MP 1.165/2023) que garante atendimento médico à população das regiões mais remotas do país segue para os plenários da Câmara e do Senado.

Relator da primeira versão do programa, quando era deputado, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) destacou o acerto da iniciativa. “O Mais Médicos colocou 18 mil médicos em mais de 1.200 municípios que nunca tinham visto um médico na sua história, reduzindo em mais de 30% as remoções de pacientes. Foi um programa de bastante sucesso”, afirmou.

 

Senador Rogério Carvalho (Foto: Agência Senado)

Ele elogiou a solução dada pela relatora Zenaide Maia (PSD-RN) com relação à revalidação do diplomas médicos adquiridos no exterior. Em vez de um teste de um dia, a senadora propõe testes anuais ao longo de quatro anos. “Em vez de uma única avaliação, com atores, bonecos, em um dia, é muito mais válida uma avaliação seriada, progressiva, pela universidade, durante quatro anos”, defendeu.

Rogério lembrou que esta era a ideia original do Revalida. “Exigir que o médico estrangeiro, para entrar no Mais Médicos, tenha que fazer o Revalida é a mesma coisa que dizer: não teremos médicos estrangeiros no programa. O Revalida era para ser feito como teste de progresso, que definiria o grau de dificuldade da prova a ser aplicada aos médicos estrangeiros, o mesmo grau de dificuldade aos formados no Brasil e, portanto, em condição de igualdade”, afirmou.

Zenaide Maia celebrou o resultado na comissão especial. “Vi aqui médicos jovens, colegas, ex-secretários, e tinha algo que ninguém era contrário: salvar vidas. Isso para mim é um orgulho muito grande: o Congresso se preocupa com o seu povo que, independente de onde more, terá direito a um médico”, afirmou.

Senadora Zenaide Maia (Foto: Agência Senado)

 

O que diz o texto

O Programa Mais Médicos visa disponibilizar médicos na atenção primária, a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) e que tem a capacidade de solucionar 80% dos problemas de saúde da população.

O edital para a contratação prevê 5.970 vagas distribuídas em 1.994 municípios. O valor da bolsa-formação é de R$ 12,3 mil por mês, pelo prazo de 48 meses, prorrogáveis por igual período. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 8 mil médicos atuam hoje no programa e o edital recompõe vagas ociosas dos últimos quatro anos e cria 1.000 novas vagas para a Amazônia Legal.

A comissão especial realizou quatro audiências públicas para esclarecer dúvidas sobre a proposta, em especial o Revalida e estímulos para a permanência dos médicos no interior.

Com objetivo de estimular a permanência dos profissionais, a MP prevê o pagamento de uma indenização adicional para quem ficar por 48 meses ininterruptos no programa.

A proposta ainda prevê o pagamento de uma complementação, por seis meses, para as médicas ligadas ao programa que entrarem em licença-maternidade e passarem a receber o auxílio do INSS. No caso dos médicos, a licença-paternidade será de 20 dias.

Já os médicos formados com a ajuda do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e que participarem do Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade por 24 meses ininterruptos, obtendo o título de especialistas, receberão uma indenização equivalente ao valor do seu saldo devedor no Fies no momento de ingresso no programa de residência.

Outro incentivo é a oferta de especialização e mestrado a todos os profissionais atuando no programa, em cursos com duração total de até quatro anos.

Mudanças

Além do novo modelo de revalidação de diplomas, a relatora incluiu no texto os distritos sanitários especiais indígenas, as comunidades quilombolas e as ribeirinhas como regiões prioritárias do programa.

Zenaide Maia também garantiu a reserva de vagas a pessoas com deficiência e prioridade para recontratar médicos que encerraram a participação até dezembro de 2022. “Isso ajuda a minimizar os riscos de desassistência imediata das populações de muitas áreas vulneráveis”, explica.

O texto prevê ainda a possibilidade do uso de telessaúde, um sistema de prestação de serviços de saúde a distância para permitir o acesso a moradores de áreas remotas.

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