“O dia de hoje entra para a história”, comemorou a senadora Marta Suplicy (PT-SP), no Plenário do Senado, sobre a instalação da Comissão da Verdade. De acordo com a senadora, a criação da Comissão reflete o grau de maturidade política do País, que agora dá um passo decisivo para preencher as lacunas que permanecem vazias desde o fim da ditadura militar. “A partir de hoje, sete homens e mulheres têm o compromisso de esclarecer as violações de direitos humanos, praticadas entre 1946 e 1988, a fim de efetivar, como diz o texto de sua Constituição, “o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional”, afirmou a senadora.
Marta participou, nesta quarta-feira (16/05), no Palácio do Planalto, da instalação da Comissão da Verdade e da indicação dos sete membros que ficarão responsáveis pelo esclarecimento das violações de direitos humanos durante o regime militar no Brasil. Para a senadora, esta é uma conquista da sociedade, um avanço democrático e uma resposta aos que ainda sofrem pelas consequências de um período negro de nossa história.
Durante o discurso, Marta lembrou ainda da polêmica gerada durante as e negociações e formatação da Comissão da Verdade. Lembrou também da angústia dos familiares dos desaparecidos, que nunca puderam velar seus mortos. “Apesar de as famílias dos desaparecidos já terem obtido do Estado o reconhecimento oficial da situação, elas têm o direito de saber as circunstâncias em que aconteceram mortes e desaparecimentos e, se possível, a localização dos corpos de seus filhos, maridos, esposas, amigos, até hoje sem destino conhecido”, afirmou.
A senadora também destacou o gesto da presidenta de convidar para a cerimônia os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Lula, além de diversas autoridades, inclusive militares. “A Comissão da Verdade é uma conquista da sociedade; um avanço democrático e uma resposta aos que ainda sofrem pelas consequências de um período negro de nossa história”, disse.
Aspiração
A reunião dos ex-presidentes também foi aplaudida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), durante seu discurso em Plenário. Suplicy repetiu a frase de Galileu Galilei, citada pela presidenta Dilma Rousseff. “’A verdade é filha do tempo, não da autoridade’”, citou o senador ao afirmar que o cientista deu “exemplo do quão importante é se buscar a verdade para alcançar a justiça”.
Eduardo Suplicy ainda fez questão de lembrar outra citação feita por Dilma de frase de Ulysses Guimarães: “são tantos os momentos belos da fala da Presidenta que cabe aqui assinalar: “a verdade não desaparece quando é eliminada a opinião dos que divergem. A verdade não mereceria esse nome se morresse quando censurada”.
Em verdade, segundo senador petista, a presidenta assinalou o que é uma aspiração de todos aqueles que lutaram pela democracia. “Foi tão importante que estivesse aquele salão do Palácio do Planalto cheio de pessoas, muitas das quais lutaram pela democracia ou tiveram os seus parentes vitimados pela forma com que se procurou impedir que a verdade aflorasse”, completou.
Suplicy falou ainda da importância dos nomes indicados pela presidenta Dilma para compor a Comissão.