Os assessores diretos do ex-presidente Jair Bolsonaro envolvidos no escândalo das joias terão que dar explicações à Comissão de Ética Pública da Presidência da República. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (13) por Juliana Dal Piva, do portal UOL.
O objetivo se assemelha ao inquérito da Polícia Federal, que avalia a responsabilidade dos envolvidos no episódio em outubro de 2021 – uma comitiva do governo Bolsonaro tentou entrar de modo ilegal no Brasil com as joias.
“A Comissão de Ética Pública da Presidência vai apurar o caso das joias das Arábias. A comissão vai cobrar explicações dos ex-assessores de Bolsonaro que estão envolvidos diretamente com o escândalo. Entre eles, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-braço direito de Bolsonaro”, afirmou o presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Humberto Costa (PT-PE).
Além de Mauro Cid, também deve ser oficiado, entre outros, o primeiro-sargento Jairo Moreira da Silva. Ambos receberam ordens de Bolsonaro, no fim de 2022, para resgatar as joias na Receita Federal. As peças estão avaliadas em R$ 16,5 milhões e seriam um presente do governo da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A comissão só não poderá cobrar o ex-presidente Bolsonaro, devido ao limite legal do colegiado. Todas as descobertas feitas pelo grupo, no entanto, poderão ser remetidas ao Ministério Público Federal para providências.
Atuação de Bolsonaro
O caso foi revelado pelo Estado de S. Paulo e sabe-se que Bolsonaro atuou diretamente para trazer as joias. Ele enviou até um servidor da Força Aérea Brasileira (FAB) para reaver os objetos.
“A intimidade daquela família presidencial com milícias e ilícitos, a tentativa de controle a que submeteu órgãos de Estado, como a PF e a Receita, tudo isso parece parte de um grande esquema criminoso”, afirmou Humberto Costa.
Para o parlamentar, a cada dia, fica mais evidente que o “Brasil estava dominado por uma quadrilha golpista disposta a destruir a democracia enquanto saqueava a Pátria, fingindo defendê-la”.