Comissão irá debater novos currículos dos cursos de medicina

Comissão irá debater novos currículos dos cursos de medicina

11.700 médicos já se inscreveram para
participar do programa e  753 prefeituras
se inscreveram oferecendo vagas de
trabalho

Depois de reunião com diretores de faculdades e coordenadores de cursos de Medicina de 11 universidades federais, os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Saúde, Alexandre Padilha, anunciaram que será formada uma comissão consultiva com os acadêmicos para aprimorar as propostas de mudança no curso de graduação, que deverá incluir um segundo ciclo de formação, com estágio de dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS).

As mudanças são parte do programa Mais Médicos que, além das alterações curriculares, propõe a contratação de médicos para prestar atendimento em municípios do interior do País, onde há poucos ou nenhum médico. Embora tenha despertado a ira corporativa de várias entidades representantes dos médicos, o programa é um sucesso em número de adesões.

Segundo a coluna da jornalista Monica Bergamo, do jornal Folha de S Paulo, exatos 11.700 médicos já se inscreveram para participar do programa e 

753 prefeituras se inscreveram oferecendo vagas de trabalho. As inscrições prosseguem até o dia 25 de agosto.

Medida Provisória
Como foi enviada ao Congresso Nacional por meio de Medida Provisória (MP 621/13), a proposta tem 120 dias para ser analisada pelo Congresso Nacional. Esse é o prazo que a comissão terá para debater, dar opiniões e aprimorar o texto. “Os diretores das faculdades vão trabalhar junto com a gente em várias questões que precisam ser aprimoradas, primeiro no Congresso depois no Conselho Nacional de Educação”, explicou Mercadante.

O ministro defendeu um dos pontos mais polêmicos da MP, o segundo ciclo de formação dos estudantes de medicina. Pela proposta, todos os alunos – de instituições públicas ou particulares – terão que trabalhar dois anos no SUS antes de cursarem a residência. Na prática, a duração do curso de medicina passará de seis para oito anos.

Para ele, os dois anos adicionais darão ao estudante uma “visão integral do que é a medicina”, “principalmente na ponta do sistema, que é a atenção básica e a urgência-emergência que é a área mais crítica”. Mercadante lembrou que os alunos inscritos no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) devem passar oito anos no SUS após a faculdade.

“Chamo a atenção pra vocês, a pergunta que eu deixo: Por que é que no Fies que tem 24 mil estudantes de medicina hoje, eles vão ficar 8 anos trabalhando no SUS para pagar e ninguém criticou? Querem a resposta? Porque são estudantes de medicina pobres, ninguém criticou. Ninguém questionou”, declarou.

Segundo Mercadante, o segundo ciclo virá para aprimorar a formação dos profissionais de medicina, trabalhando com o povo, na atenção básica, na urgência e na emergência. O ministrou lembrou o fato de 700 cidades brasileiras não terem um médico residente, e outras 1,9 mil cidades que têm até um médico para cada 3 mil habitantes, o que seria um patamar mínimo em atendimento à saúde. Ele ainda lembrou que o programa para interiorizar médicos, o Mais Médicos, dará prioridade para os profissionais brasileiros.

“O programa para colocar médicos no interior, que está sendo oferecido, nós já abrimos o edital, é prioritariamente para os médicos brasileiros. Quando não houver médico brasileiro, os estrangeiros serão convidados. E eles só poderão trabalhar vinculados àqueles equipamentos do SUS, vão ter a supervisão de uma universidade federal, que vai acompanhar todo o programa, vai orientar, vai monitorar esse trabalho junto com os municípios e as secretarias municipal e estadual de educação”, continuou.

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