A ideia de fazer a transposição do Rio São Francisco para levar água ao sertão nordestino surgiu ainda nos tempos de Don Pedro II. E, durante 160 anos, a obra foi prometida por muitos governantes, sem nunca sair do papel. Precisou que o Brasil tivesse um presidente que, ainda criança, sentiu na pele o que é viver sem água para que as promessas se tornassem realidade. Foi Lula quem teve a real vontade política para que esse sonho de muitas gerações se concretizasse.
Hoje, quando a obra chega ao fim, um presidente que nada fez tenta dizer que a transposição é sua. Com a cara de pau de sempre, Jair Bolsonaro aproveita a conclusão dos últimos quilômetros para posar diante dos canais abertos por Lula, ao mesmo tempo em que sua fábrica de fake news espalha pela internet vídeos e textos mentirosos para convencer os brasileiros de que o ex-capitão tem algum mérito nessa história. Não tem.
Quando Bolsonaro chegou à Presidência, 97,5% da transposição estavam concluídos. E, mesmo assim, por pouco não a finaliza. Se a obra seguisse o ritmo de Bolsonaro, levaria 43 anos para ser terminada. Mas como 2022 é ano eleitoral, e ele tenta fingir que construiu alguma coisa, posa de “pai da transposição”.
Ora, a transposição é filha da capacidade do povo brasileiro. Ela exigiu estudos, cálculos, planejamento ambiental, eficiência em engenharia, força braçal e muita conversa entre os vários estados envolvidos para que 12 milhões de brasileiros pudessem ver pela primeira vez a água saindo de suas torneiras. Mas é inegável que nada aconteceria sem o compromisso com os mais pobres e a liderança de Lula, como fica claro na linha do tempo abaixo.