Os juros ao consumidor recuaram em setembro e têm menor taxa da série, diz levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) realizado em setembro. A taxa de juros média para pessoa física caiu 0,21% no mês de setembro, passando de 6,02% (101,68% ao ano), no mês anterior, para 5,81% (96,93% ao ano), o menor patamar da série histórica (iniciada em 1995).
Esta também é a primeira vez que o patamar é inferior a 100% ao ano, de acordo com a Anefac. A redução dos juros chegou –pela primeira vez em 33 meses– à cobrança no rotativo do cartão de crédito. A taxa passou de 10,69% em agosto para 10,41% no mês passado.
Em relação à Selic, a entidade aponta que a diminuição de cinco pontos percentuais da taxa (ou 40%), realizada pelo governo entre julho de 2011 a setembro de 2012 (de 12,50% ao ano para 7,50%), correspondeu a uma redução na taxa de juros média para pessoa física de 24,28 pontos percentuais (ou 20,03%), passando de 121,21% ao ano em julho de 2011 para 96,93% ao ano em setembro.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma redução de 13,22% no mesmo período.
Todas as seis linhas de crédito pesquisadas pela Anefac — juros do comércio, cartão de crédito, cheque especial, CDC para financiamento de automóveis e empréstimos pessoal em bancos e em financeiras — tiveram queda na passagem de agosto para setembro.
Depois de uma política de redução de juros iniciada em abril pelos maiores bancos de varejo do País, as taxas recuaram de 1,24% até 9,41% em setembro. A maior queda foi verificada no CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para financiamento de automóveis. No comércio, os juros em setembro ficaram em 4,20% ao mês; o cartão de crédito atingiu 10,41%; o cheque especial, 7,95%; o CDC para financiamento de automóveis, 1,54%. Já o empréstimo pessoal em bancos teve taxa de 3,27% e nas financeiras, de 7,51%.
De acordo com Miguel Ribeiro de Oliveira, coordenador da pesquisa, a expectativa é que as taxas de juros voltem a ser reduzidas nos próximos meses em razão da melhora da economia. “E também pela maior competição no sistema financeiro após os bancos públicos promoverem reduções em suas taxas de juros, bem como com a expectativa de redução dos índices de inadimplência no segundo semestre”, afirma Oliveira.
Com agências online