A expansão do consumo de energia do mês de maio – de 3,8% no mês de maio, em relação ao mês anterior, e de 4,2% acumulados no período de um ano – aponta que permanece a tendência dos primeiros meses de 2012: alta do consumo acima da média nos segmentos do setor de comércio e serviços (+7,1%) e das famílias (+4,3%) e crescimento na indústria abaixo da média (+1,4%).
O que se observa ainda nesses cortes, analisando apenas os números do mês de maio, é que, embora os segmentos das residências e do comércio e serviços representem, somados, 42% da demanda final, são eles também que respondem por mais de 60% do aumento absoluto do consumo total no mês. Enquanto isso, o segmento da indústria, que concentra mais de 40% da demanda, participou em maio em menos de 20% do aumento do consumo. Por região, o consumo industrial cresceu 4,0% na Região Norte, 3,3% na Região Nordeste, 1,2% na Região Sul e 16,1% na Região Centro-Oeste, tendo como único percentual negativo o da Região Sudeste, com menos 0,3%. Esses percentuais confirmam duas tendências: a da descentralização da atividade industrial no País e a tendência geral da economia do País, que vem sendo afetada pela redução da atividade industrial.
Outros dados secundários confirmam este cenário, como a evolução do consumo acumulado no ano por região. O que se observa nesse corte é que as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte apresentaram crescimento acima da média, enquanto o das regiões do Nordeste e do Sudeste cresceram até sete pontos percentuais a menos, puxando para baixo a média nacional. Assim, enquanto o consumo global da Região Sudeste cresceu apenas 2,6% e a Região Nordeste 3,6%, na direção inversa cresceu 5,8% na Região Sul; 7,4% na Região Norte; e 9,5% na Centro-Oeste.
O desempenho positivo do segmento das residenciais foi puxado pelas Regiões Norte e Nordeste, com destaque para os estados do Piauí (+18,6%), Maranhão (+16,1%), Ceará (+10,4%) e Rio Grande do Norte (+11,5%). Seguindo padrão da Indústria, as Regiões Sul e no Sudeste, apresentaram consumo abaixo da média nacional, com altas de 3% e 2%, respectivamente. É também na Região Sul que se encontra o único estado com queda no consumo – o Paraná, com -3,2%, percentual que foi afetado, segundo a EPE, o efeito do calendário de faturamento (número menor de dias faturado) e também da base bastante elevada em 2011, quando o consumo crescera 15%. No Sudeste, vale registrar a performance no Rio de Janeiro. A revisão da base de consumidores, com a exclusão de unidades inadimplentes, terminou influindo as estatísticas regionais. No estado, o consumo registrou queda de 4,7%. No Norte e no Centro-Oeste, manteve-se a dinâmica de forte expansão do consumo. As taxas em maio permaneceram alinhadas com o crescimento acumulado no ano, em que se registram-se taxas de 9,7 e 6,9% respectivamente.
Como grande fator positivo, a EPE apresentou o forme crescimento do emprego de energias renováveis na matriz elétrica brasileira. Depois de apresentar alta para 86,3%, durante 2010, a participação de renováveis cresceu para 88,8% durante os últimos doze meses, a contar de maio. Essa evolução deve-se, principalmente, ao maior emprego da geração das usinas hidrelétricas do País, beneficiadas, no período. Pelo bom ciclo das águas e manutenção dos reservatórios. Além disso, anotou-se importante crescimento — superior a 20% (veja gráfico)— da geração eólica, que superou 2,7 TWh, equivalente ao consumo de oito meses do segmento de serviços de toda a região Norte do país. A geração eólica em 2011 foi mais de 36 vezes superior a registrada há apenas seis anos, ratificando a expansão acentuada que esse tipo de fonte vem apresentando no país. Esse panorama deve se manter a médio prazo, na medida da maturação dos projetos vencedores dos leilões de expansão da oferta de energia realizados nos últimos anos.
(Com informações da EPE e das agências)