Patrus, à direita de Dilma: presidenta reafirmou compromisso com a agricultura familiarO presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch entregou para a presidenta Dilma Rousseff, na manhã desta quarta-feira (15), no uma extensa pauta com as principais necessidades para o desenvolvimento da agricultura. Além disso, Broch, que se reuniu com a presidenta no Palácio do Planalto, disse ter solicitado repasse de R$ 53,6 bilhões para a agricultura familiar.
A liberação dos recursos deve ser analisada pelo governo. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, enviará aos ministérios da Fazenda e do Planejamento a proposta apresentada pela Contag. A confederação também requisitou R$ 30 bilhões para custeio e investimento e R$ 23 bilhões para programas ligados ao setor.
“A reivindicação será devidamente processada e trabalhada pelo governo dentro das suas possibilidades orçamentárias”, disse Patrus.
Em maio, a Contag organiza em todo o país o 21º Grito da Terra Brasil. Agricultores se reunirão em Brasília para reivindicar e negociar com o governo melhorias para agricultura. Em coletiva após a reunião com Dilma, o presidente da Contag cobrou a retomada da reforma agrária.
“Lembramos que temos em torno de 120 mil famílias acampadas e precisamos assentá-las. Algumas estão há oito anos embaixo das lonas pretas. Precisamos de um grande programa de assentamento dessas famílias e defendemos também a melhoria dos assentamentos e dos créditos para reforma agrária”, disse Broch.
Segundo o ministro Patrus Ananias, a presidenta Dilma Rousseff está atenta às reivindicações.
“A presidenta reafirmou o compromisso do governo com a implantação do plano nacional de reforma agrária e com a agricultura familiar, colocando três aspectos que são importantes: o cooperativismo, a questão da agroecologia, e a importância da agroindústria familiar”, disse Patrus Ananias.
Ainda segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, o governo deve fazer mudanças para facilitar o processo de aposentadoria rural.
Atualmente, para ter acesso ao benefício, o trabalhador do campo precisa “levar uma sacola de documentos”, declarou Broch.
O presidente da Contag explicou que a presidenta pretende desburocratizar o modelo atual.
“Ela [Dilma] vai enviar, em uma dessas medidas provisórias, um item dizendo que se o agricultor fizer o cadastramento, quando chegar sua vez [de se aposentar], se a vida dele estiver regularizada, poderá ter a concessão do beneficio sem o saco de documentos”, disse Broch.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Noticias