Bolsonaro vai encerrar seu governo deixando para brasileiros um “legado” de aumento nas contas de luz. Nos últimos dois anos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já autorizou distribuidoras de energia a reajustar em até 36% suas tarifas. O governo de transição espera ainda mais aumentos nos próximos anos.
De acordo com levantamento publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo, dos 26 pedidos de reajustes analisados pela Aneel de julho a dezembro de 2021, dez resultaram em aumentos de mais de 10%. O maior aumento foi autorizado à Enel de Goiás: 16,45%.
Já em 2022, 16 reajustes ficaram acima dos 10%. Dez superaram os 20%.
As contas de luz de consumidores atendidos pelo Equatorial Amapá, por exemplo, subiram, em média, 36% por autorização da Aneel. O aumento – o maior entre todos os verificados no levantamento – foi aprovado no último dia 13.
A Equatorial Amapá atende cerca de 120 mil unidades consumidoras no Amapá. No estado, esses consumidores eram atendidos pela empresa estadual CEA. A empresa foi privatizada no ano passado. Isso, segundo Ikaro Chaves, diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel), tem a ver com o aumento.
“O caso do Amapá é específico. A empresa estadual não conseguia cumprir obrigações na Aneel e, por isso, não tinha reajustes autorizados”, explicou. “Após a privatização, a Aneel liberou esse reajuste até para que a nova empresa possa investir em melhorias.”