Objetivo da iniciativa é ampliar acesso de produtores rurais do Rio Grande do Sul a novos mercados consumidoresVinte e duas comunidades quilombolas de quatro municípios do Rio Grande do Sul reuniram-se de maneira formal em uma cooperativa estadual, a chamada Terras de Quilombo. A iniciativa tem por objetivo ampliar o acesso dos produtores de alimentos a novos mercados consumidores. A sede da cooperativa está situada em Morro Redondo, a 296 km de Porto Alegre. Edmilton Cerqueira, coordenador-geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), classificou a formalização da cooperativa de “um marco histórico”. “A entidade deve contribuir para ampliar o cultivo, a colheita, o beneficiamento, a comercialização desse grupo específico da agricultura familiar que vem ampliando a comercialização por meio de ações de inclusão produtiva em todo o estado”, resumiu. “Aproximadamente 75% dos alimentos que estão nas mesas dos brasileiros vêm da agricultura familiar. As comunidades quilombolas têm importante contribuição nesse processo e com a cooperativa, a produção de alimentos no país será ampliada ainda mais”, acrescentou Edmilton.
De acordo com o coordenador-geral da Federação das Associações das Comunidades Quilombolas do estado (FACQ/RS), Antônio Leonel Soares, a cooperativa recebeu ainda mais impulso após o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) abrir, em 2015, o primeiro edital para compra de produtos de comunidades quilombolas.
“A iniciativa do GHC foi muito importante, motivou as comunidades que produziam e não tinham como escoar a produção. Com esse edital, a gente achou um mercado certo. Dessa forma, podemos planejar e ter uma renda melhor para as famílias”, afirmou. O GHC foi a primeira instituição pública a comprar alimentos de comunidades quilombolas, com identificação de origem do Selo Quilombos do Brasil. Em média, são produzidas 270 mil refeições por mês para os pacientes, acompanhantes e funcionários do grupo. Na primeira chamada, foram adquiridas quatro toneladas de alimentos produzidos em cinco comunidades quilombolas. Agora, a expectativa é que sejam compradas 146 toneladas, investimento superior a R$ 500 mil e que beneficiará mais de 60 comunidades gaúchas. Fonte: Portal Brasil, com informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária