Cooperativas têm novo recorde de vendas para o exterior

Cooperativas têm novo recorde de vendas para o exterior

 

Desempenho com mundo em crise é resultado
de dez anos de políticas de incentivo

As cooperativas brasileiras conseguiram um novo recorde de vendas para o exterior. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), essas transações renderam US$ 2,379 bilhões  entre janeiro e maio deste ano – índice 2% maior que nos cinco primeiros meses do ano passado. Sempre levando em conta esse período, em 2012 o crescimento foi de 7,9%, em 2011 chegou a 29,9% e em 2010 atingiu 20,5%. Ou seja, o comércio internacional das cooperativas brasileiras registrou crescimento, mesmo diante da crise global que atingiu principalmente as exportações Brasil e de outros países do mundo.

O desempenho positivo das cooperativas brasileiras é consequência direta de medidas de incentivo e de desburocratização do setor implementadas ainda no primeiro mandato do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ainda em 2003. O governo coordenou a mobilização no segmento e atualizou a legislação do Cooperativismo, ao mesmo tempo em que, por meio da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, consolidou diversas políticas de crédito voltadas exclusivamente para as cooperativas e associações de produtores.

Graças às medidas tomadas e à interação do cooperativismo com outros programas de governo – entre eles o Bolsa Família – o setor vêm crescendo em altas taxas anuais não só nas exportações.

Um dos exemplos de maior êxito desta política encontra-se no Piauí, onde a política de incentivo dos governos do PT reuniu cerca de 1,5 mil famílias em torno de associações e cooperativas, transformando o estado no maior produtor de mel do Brasil e num dos maiores exportadores de mel e produtos derivados do mundo.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, deste quinta-feira (27/06), a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres comentou o resultado das exportações das cooperativas brasileiras. “De 2007 a 2013”, disse ela ao jornal, “as vendas por meio das cooperativas cresceram 94% e as totais, 55%. Há um maior dinamismo nas vendas por meio de cooperativas, que chegaram a 129 países nos primeiros cinco meses deste ano. As exportações brasileiras em geral apresentaram queda nos primeiros meses do ano e as das cooperativas subiram”.

Ela acredita que o movimento de valorização do dólar tende a beneficiar também as cooperativas, porque o efeito da variação cambial costuma ser mais positivo para as operações de venda para o exterior.

Açucar é maior destaque
O açúcar refinado liderou os embarques entre janeiro e maio. No total, os embarques do produto renderam US$ 574 milhões, ou 24,1% do total exportado pelas cooperativas. Em seguida aparecem carne de frango, com US$ 284,7 milhões (12% do total), açúcar bruto, com US$ 263,6 milhões (11,1%), café em grãos (US$ 234,6 milhões), farelo de soja (US$ 215,2 milhões), etanol (US$ 179,8 milhões) e soja em grãos (US$ 152,9 milhões).

As vendas das cooperativas de São Paulo alcançaram US$ 982,6 milhões, ou 41,3% do total, seguidas pelas exportações com origem no Paraná (US$ 621,4 milhões), Minas Gerais (US$ 208,8,1 milhões) e Santa Catarina (US$ 182,4 milhões).

Novos mercados
Ao apostar em novos mercados, as cooperativas brasileiras deram um grande passo. Hoje, elas já ocupam espaço relevante em mercados como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Argélia e Nigéria. Em conjunto, os destinos considerados menos tradicionais absorveram quase um terço dos embarques totais nos primeiros cinco meses de 2013.

As importações das cooperativas brasileiras, por sua vez, registraram crescimento de 5,4% de janeiro a maio deste ano em relação ao mesmo intervalo de 2012 e somaram US$ 90,5 milhões. É o maior valor para o período desde 2008. Nesse contexto, o superávit do segmento aumentou apenas 1,8% – o menor percentual desde 2009 – e foi de US$ 2,28 bilhões.

Cooperativismo
Cooperativismo é um movimento, filosofia de vida e modelo socioeconômico capaz de unir desenvolvimento econômico e bem-estar social. Seus referenciais fundamentais são: participação democrática, solidariedade, independência e autonomia.

É o sistema fundamentado na reunião de pessoas e não no capital. Visa às necessidades do grupo e não do lucro. Busca prosperidade conjunta e não individual. Estas diferenças fazem do cooperativismo a alternativa socioeconômica que leva ao sucesso com equilíbrio e justiça entre os participantes.

O modelo já faz parte das instituições nacionais em todo o mundo. Trata-se de um movimento universal dos cidadãos em busca de um modelo mais justo, que permita a convivência equilibrada entre o econômico e o social.

O desafio do setor cooperativista brasileiro é mostrar à sociedade que, por ser um movimento solidário, é capaz de implantar um modelo com fortes bases calcadas no conceito de sustentabilidade, ou seja, promover o desenvolvimento econômico, respeitando o meio ambiente e inserindo o ser humano na repartição das riquezas geradas no processo.

Com informações dos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e das agências on line

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