Cotas democratizam ainda mais o acesso ao ensino superior

Estudo revela que 62% dos brasileiros apoiam cotas para negros, pobres e alunos da escola pública.

Cotas democratizam ainda mais o acesso ao ensino superior

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O processo de democratização do acesso à educação superior foi um desafio enfrentado a partir de 2003 , no governo do então presidente Lula. Com a criação do programa Universidade Para Todos (ProUni), lançado em 2004, o Governo Federal ampliou o número de vagas nas universidades brasileiras, com a concessão de bolsas parciais e integrais.

Também durante o Governo Lula, foi lançado o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), com o objetivo de ampliar o número de vagas nas universidades públicas brasileiras.

Outro importante passo na caminhada para democratização da educação superior no País deu-se no segundo semestre do ano passado, com a aprovação e sanção da Lei de Cotas. O texto, que contou com o trabalho dos senadores petistas Ana Rita (ES) e Paulo Paim (RS), assegura 50% das vagas das universidades públicas federais e dos institutos federais de ensino para estudantes que tenham feito todo o ensino médio na escola pública, tenham renda per capita familiar bruta igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e, por último, que as vagas reservadas para os cotistas sejam preenchidas seguindo a proporcionalidade racial da localidade onde reside a instituição de ensino, de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais recente.

Brasileiros que apoiam às cotas são maioria
Levantamento recentemente realizado pelo Ibope revela que quase dois em cada três cidadãos brasileiros são favoráveis a algum processo seletivo nas universidades públicas baseado em cotas para negros, pobres e para alunos da escola pública.

De acordo com o estudo, 62% da população apoiam a implementação dos três tipos de cotas – mecanismos que facilitam o acesso desses segmentos sociais às vagas do ensino superior.

A pesquisa também aponta que as políticas de cotas que levam em consideração a renda do aluno e/ou sua origem escolar costumam ter maior apoio que as políticas que se baseiam na autodeclaração. As duas primeiras registraram 77% de apoio. Também foi registrado apoio de 62% a qualquer tipo de política afirmativa, contra 16% que relataram ser contrários a qualquer tipo de cota.

Registros contrários às cotas para negros e pobres
Os brasileiros considerados brancos e os que se encaixam nas classes econômicas A e B, os cidadãos que já cursaram algum curso superior e moradores das capitais das Regiões Norte e Centro-Oeste foram os que registraram maior índice de rejeição às políticas de cotas para negros e jovens oriundos do ensino público.

Grau de escolaridade interfere no posicionamento
O apoio à política de cotas em universidades públicas é proporcionalmente mais alto entre quem estudou da 5ª à 8ª série entre emergentes da classe C, nordestinos e moradores de cidades do interior. Os dados ainda sugerem que os brasileiros que estão em busca de ascensão social e econômica tendem a ter mais simpatia por políticas que aumentem suas chances de chegar à faculdade, enquanto aqueles que já chegaram lá – a maioria sem ter se beneficiado desses mecanismos – têm maior probabilidade de serem contrários a esse favorecimento.

Em nenhum estrato social, porém, a oposição às cotas nas universidades públicas é maior que o apoio a elas. Segundo o Ibope, em um único segmento há empate. É justamente entre os brasileiros que já se formaram na faculdade – e, mesmo assim, só no que se refere à política de cotas para negros: 49% dos diplomados são contra e 49% são a favor. O resto não respondeu.

Com informações de agências de notícias

Foto: http://acebdebate.blogspot.com.br/

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