Coutinho: MP dos Portos contribuiu para elevar otimismo de investidor externo

“Agrada principalmente a flexibilização do
regime de terminais de uso privativo, a não
exigência de carga própria”, disse sobre a MP

A Medida Provisória dos Portos (MP 595/2012) está despertando “muito interesse” em investidores internacionais, destacou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, durante sua participação na 1ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional, nesta quarta-feira (20). Ele revelou que tem recebido, nas últimas semanas, muitos investidores financeiros – como fundos, bancos e gestores de operadores – a procura de informações e conselhos sobre as possíveis parcerias com o Brasil para a área de infraestrutura. “Mas a gente não indica, apenas mostra uma lista de operadores brasileiros qualificados”, esclareceu Coutinho.

Os investidores estão esperando, segundo o presidente do BNDES, definições em relação à MP dos Portos, que tramita no Congresso Nacional. “Eles aguardam a lei para ter total segurança jurídica”, explicou. O texto enviado ao legislativo agrada os investidores, de acordo com o presidente do BNDES. “Agrada principalmente a flexibilização do regime de terminais de uso privativo, a não exigência de carga própria. Isso tem motivado muito interesse”, disse.

Apesar de chamar atenção para o interesse no setor portuário, Coutinho observou que as operadoras de rodovias ainda são as que procuram o banco com maior frequência.

A Petrobrás e o pré-sal

Coutinho também aproveitou a oportunidade para sair em defesa da Petrobras. Ele afirmou que a empresa não está desequilibrada e continua respeitando suas métricas de endividamento. E explicou que os grandes esforços de investimentos da petroleira ainda não se traduziram em resultados. “A Petrobras não está parada, é uma empresa que está em período intenso de investimentos e os frutos disso virão nos próximos anos”, disse em reposta a uma pergunta alegando que a empresa estava parada e que o pré-sal não “andava”. Segundo Coutinho, a visão expressa na pergunta foi muito “enviesada”. “É um período difícil para qualquer empresa”, completou.

Em relação ao pré-sal, Coutinho refutou que a exploração esteja parada, lembrando que a estatal já extrai petróleo de alguns campos. E afiançou que a curva de produção vai começar a subir no biênio 2013/2014. “O futuro dará uma resposta concreta sobre o desempenho da empresa”, concluiu.

A produção de petróleo da Petrobras no pré-sal deve atingir 1 milhão de barris por dia em 2017, segundo dados apresentados, nessa terça-feira, pela presidente da empresa, Graça Foster.

Desempenho PIB

Coutinho ainda avaliou que há grande potencial para o crescimento do crédito do País, em função da baixa relação entre crédito e Produto Interno Bruto (PIB), que beira 50% no País, contra mais de 150% registrado em economias desenvolvidas. O presidente do BNDES ponderou, no entanto, “essa alavanca de crescimento”, que é o crédito, tem de favorecer não apenas o consumo, mas também o investimento de longo prazo. “Sua orientação prioritária deve ser em direção ao investimento”, disse.

Segundo Coutinho, o desafio agora é retomar a trajetória ascendente do investimento público e privado. O programa de concessões do governo federal vai ajudar nessa tarefa, em função dos acelerados investimentos em infraestrutura, que devem apresentar taxa de crescimento anual de 22% ao longo dos próximos anos.

Com agências de notícias

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