O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), convocou uma entrevista coletiva para esta quarta-feira (18/07) às 12h, na sala 3 da Ala Alexandre Costa. O objetivo é apresentar um balanço das atividades da comissão no primeiro semestre, desde a instalação, em 25 de abril, até 17 de julho, último dia antes do início do recesso parlamentar.
Nessa terça-feira, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro, também falou aos jornalistas sobre a CPMI. Ele disse que não vê necessidade de uma nova convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), apesar das recentes – e novas – denúncias publicadas pela imprensa nos últimos dias.
Segundo Pinheiro, o caso deve ser remetido à Procuradoria Geral da República e é a Assembleia Legislativa de Goiás que deve tomar qualquer decisão sobre se o tucano deve ou não ser afastado de seu cargo. “Nós aplicamos, aqui no Senado, o remédio que entendemos que deveria ser utilizado no caso do senador Demóstenes Torres”, lembrou o líder. O ex-senador e líder Democrata perdeu seu mandato na última quarta-feira (11/07) por ter ferido o decoro parlamentar.
Entre as principais acusações contra Demóstenes, pesou o fato de que o senador mantinha relações além do limite de amizade com Cachoeira, tendo inclusive colocado seu mandato a serviço da organização criminosa.
A CPMI não vai interromper suas atividades no recesso do Congresso. Vital do Rêgo já informou que, entre 18 e 31 de julho, os integrantes do colegiado podem trabalhar na análise dos documentos recebidos, uma vez que o expediente na sala-cofre prosseguirá normalmente.
Também durante o recesso, haverá treinamento de assessores para o acesso aos dados sigilosos originários das quebras dos sigilos bancário e telefônico. Enquanto isso, a secretaria da comissão continuará recebendo normalmente as informações solicitadas a órgãos públicos e instituições privadas.
A última reunião administrativa da CPI mista foi realizada em 5 de julho, quando foram aprovados requerimentos para a convocação de cinco pessoas: o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish; o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot; o empresário Adir Assad; a ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio; o engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, sociedade de economia mista responsável pela manutenção das estradas paulistas; e o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), que foi ouvido pelos parlamentares no último dia 10.
Durante os 14 dias de recesso, o prazo regimental de 180 dias de funcionamento da comissão é suspenso. Se não houver prorrogação dos trabalhos, a data limite para o encerramento da CPI é 4 de novembro. Já está agenda uma reunião administrativa para 2 de agosto.
Giselle Chassot, com informações da Agência Senado