Ângela: credibilidade é o único patrimônio a ser acumulado por um político

Ângela: credibilidade é o único patrimônio a ser acumulado por um político

Ângela: “Negocio com quem for, mas não traio meu compromisso com todos aqueles que dão duro pelo desenvolvimento do nosso estado e do nosso país”A credibilidade é o único patrimônio legítimo que um político pode acumular. Para isso, é fundamental atuar sempre com coerência, respeitando os princípios e propostas que o levaram a conquistar o voto do eleitor. A reflexão é da senadora Ângela Portela, apontada em reportagem do jornal Folha de Boa Vista como personalidade pública respeitada exatamente pela conduta pessoal e coerência política — avaliação compartilhada igualmente por eleitores e apoiadores de seu mandato como de partidários de outras visões de mundo.

 

 

Em artigo para a mesma Folha de Boa Vista, Ângela comenta o patrimônio que conseguiu construir ao longo de sua trajetória e destaca a importância de um exercício íntegro da política, lembrando que condutas oportunistas não destroem apenas a imagem de quem assim se comporta, mas “alimenta a desesperança nos cidadãos, desacredita o processo político e favorece até mesmo um voto cínico” que aceita o “rouba, mas faz”.

Leia a íntegra do artigo da senadora Ângela Portela

Política e coerência
O único patrimônio legítimo que um político pode acumular, ao longo dos mandatos que exerce, é o da credibilidade. Os cidadãos elegem representantes para que eles se enriqueçam tão somente de conhecimentos e experiência, e façam da melhor forma possível o trabalho que se dispuseram a fazer. Não autorizam que o seu voto favoreça nenhuma negociata, nem aceitam ilegalidades daqueles que elegem. Querem honestidade, coerência e retidão.

O cidadão faz as suas escolhas eleitorais pela análise combinada da folha de serviços do candidato, na vida pública ou particular, com a sua proposta de trabalho no mandato. Ele quer escolher aquele político que tenha ideias e planos consistentes, e que apresente uma biografia respeitável, capaz de assegurar o seu compromisso com as promessas que faz.

O eleitor não considera ético que um político passe anos a fio defendendo um governo, até mesmo lidere uma bancada parlamentar desse governo, e depois se volte contra ele, conspire para derrubá-lo e surja como grande aliado daqueles que ele combatia até ontem. O eleitor se espanta quando vê um político mudar radicalmente de posição, numa votação importante, sem apresentar uma explicação razoável para esse gesto.

A suspeita de oportunismo não destrói apenas a credibilidade do político. Compromete, certamente, a imagem do suspeito, às vezes de forma definitiva, mas o seu dano é muito mais amplo. Esse tipo de desconfiança alimenta a desesperança nos cidadãos, desacredita o processo político e favorece até mesmo um voto cínico, aquele que se dá, ingênua e ilusoriamente, a quem “rouba, mas faz”.

Eu tive a satisfação de confirmar, por informação publicada neste jornal, que o povo de Roraima tem respeito pela minha conduta pessoal e a minha coerência política. Nas redes sociais, tive o prazer ainda maior de ver que esse juízo não é apenas dos roraimenses que votaram em mim e que desde o início me apoiam no mandato de senadora, mas igualmente daqueles que adotaram, ou adotam, outras visões políticas e outras opções de voto. Sei bem que não posso pretender unanimidade e nem seria o caso. Mas saber que há acordo entre simpatizantes e opositores quanto à minha confiabilidade já é prêmio mais do que suficiente.

Por longos anos, eu apoiei governos comprometidos com a distribuição de renda, a inclusão social, a ampliação de direitos e o desenvolvimento do País em benefício de todos, não apenas da elite privilegiada de sempre. Os resultados obtidos, em que pesem todos os erros cometidos, comprovam o acerto da minha postura favorável a esses governos.

Os benefícios que Roraima obteve com a valorização do salário mínimo e das aposentadorias, com os programas Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos, FIES e tantos outros são indiscutíveis. É só olhar em torno e vê-los, se a cegueira da má-fé não impedir.

Vivemos hoje um outro momento. Instalou-se no poder executivo federal um governo que é fruto de um golpe parlamentar. Seu apoio provém de grupos comprometidos com a retirada de direitos trabalhistas, com cortes nas verbas destinadas a programas sociais, com a imposição de tetos para as despesas com educação ou saúde. É um grupo composto também por políticos flagrados em corrupção, citados em investigações como a Lava Jato, alvos de pedidos de investigação que já tramitam no Supremo Tribunal Federal.

Por retidão e coerência, deixo a base governista no Senado Federal para compor a resistência democrática. Com toda a serenidade, passo a uma posição difícil, que me exigirá muita luta e sacrifício, para o bom cumprimento das minhas funções de representante do Estado de Roraima no Congresso Nacional.

Sei bem da má vontade e da hostilidade que enfrentarei. Mas sei melhor ainda que não fui eleita para a comodidade em Brasília, e sim para o empenho no meu trabalho e para a dedicação ao povo de Roraima. Além do mais, confio que terei o povo roraimense comigo, conferindo às minhas demandas ao governo federal o peso de seu apoio.

Aqueles que têm em mim uma referência de firmeza de princípios e de conduta podem estar certos de que não mudarei. Para todos que não aceitam a política sem ética, feita de jogadas escusas e vitórias no tapetão, eu serei a sua voz no Senado.

Ninguém pense que a minha oposição ao novo governo será igual à que nos fizeram aqueles que assaltaram o poder federal – a oposição criminosa, paralisante, do “quanto pior, melhor”. Não trafico favores, não faço acordos escusos, não voto contra o interesse público, mas sei do meu dever de negociar e buscar o entendimento.

Negocio com quem for, mas não traio meu compromisso com os servidores, os trabalhadores em geral, os aposentados, os empreendedores do setor produtivo, os produtores indígenas – todos aqueles que dão duro pelo desenvolvimento do nosso estado e do nosso país.

Quem me honra com o reconhecimento da minha seriedade de visão e de propósitos pode seguir confiando nela. Nenhum motivo terá para duvidar disso, nem para amargar qualquer decepção. Fui eleita para fazer o que eu disse que iria fazer, não para mudar de rumo por conveniência ou ganho pessoal. E assim seguirei fazendo, enquanto Roraima quiser que eu a represente e me prestigiar com o seu apoio.  

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