A nova política industrial brasileira, o Plano Brasil Maior, dobrou a linha de crédito para projetos inovadores de empresas por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI 3). A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) passou a ter R$ 4 bilhões para projetos do PSI, que é gerido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES). Além desses recursos, a Finep conta também com outro R$ 1 bilhão no orçamento para financiar empresas sem a intermediação do banco. No total, portanto, as empresas brasileiras terão um volume de crédito de R$ 5 bilhões para inovar produtos, processos e serviços.
O acréscimo de R$ 2 bilhões no orçamento da Finep para 2011 foi aprovado como parte do Plano Brasil Maior, devido ao fato da financiadora ter processado quase toda a quota que estava prevista para este ano e a necessidade de apoiar o setor produtivo num contexto de acirramento da concorrência internacional. Neste ano, já foram destinados R$ 1,75 bilhão para 80 projetos de inovação em áreas consideradas prioritárias, como energia, saúde, TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação), aeroespacial, novos materiais, defesa, sustentabilidade ambiental e biodiversidade.
Para o presidente da Finep, Glauco Arbix, o aumento de recursos para a inovação precisa estar colado com o crescimento do padrão de qualidade dos projetos. Assim, o processo deverá ser criterioso. “As análises devem ter foco em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia sem perder de vista o componente inovador”, afirma.
As taxas dos empréstimos da Finep via PSI 3 serão de 4% a 5% ao ano. Com orçamento total de R$ 75 bilhões, o programa será estendido até dezembro de 2012.
Brasil Maior – Com o slogan “Inovar para competir. Competir para crescer”, o Plano Brasil Maior prevê uma série de ações iniciais que vão desde a desoneração das exportações, com a criação do Reintegra, até a regulamentação da Lei de Compras Governamentais, passando pelo fortalecimento da defesa comercial e pela criação de regimes especiais setoriais, com redução de impostos.
Equipamentos nacionais protegerão Copa e Olimpíadas
A Finep tem uma carteira de R$ 77 milhões dedicados a projetos ligados à segurança pública. Os projetos são para o desenvolvimento de produtos tecnológicos usados por policiais que serão úteis inclusive para a segurança da Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas 2016. Um equipamento que já está em uso, cujo desenvolvimento usou uma subvenção de R$ 2,6 milhões, é o robô de neutralização Diane, que pode ser utilizado em atividades de segurança pública ou industriais.
A polícia brasileira contará também com uma ferramenta desenvolvida por uma empresa catarinense, capaz de identificar as armas a partir da medição das marcas deixadas na munição. O protótipo do sistema Lepus recebeu um financiamento de quase R$ 400 mil da Finep e o produto deve ficar pronto em 2013.
Para a perita Sara Lenharo, da Área de Balística Forense do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, o Lepus é diferente de outros sistemas porque privilegia o confronto de projéteis. “Os equipamentos atuais fotografam o projétil por partes e a qualidade da imagem não fica tão boa”, explica.
Outra pequena empresa recebeu R$ 2,4 milhões para desenvolver um equipamento de reconhecimento facial. Ao contrário de outras biometrias (impressão digital e análise de íris), a medição da face tem a vantagem de não ser intrusiva.
O Disque-Denúncia do Rio de Janeiro, uma forma do cidadão ajudar a polícia com sigilo absoluto, recebeu aporte de R$ 335 mil, em 2006, e agora terá mais R$ 950 mil para desenvolver uma Sala de Situação. O projeto de inteligência policial visa ampliar a capacidade de armazenamento e cruzamento de dados colhidos das ligações recebidas diariamente.
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Fonte: SECOM