Crise agilizou mudanças na economia e medidas do governo, diz Mantega

A crise econômica internacional teve efeitos positivos para o Brasil, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ao discursar para empresários, na noite dessa quinta-feira (23/08), o ministro avaliou que a crise acabou forçando “transformações e medidas que talvez não fossem tomadas durante um período normal”. 

Entre as medidas que foram tomadas em função da crise, Mantega destacou a diminuição da taxa básica de juros (Selic) e o Programa Minha Casa, Minha Vida. “A queda dos juros talvez não ocorresse com a velocidade que está ocorrendo. Talvez também não tivéssemos criado o Minha Casa, Minha Vida, em 2009, se não houvesse uma forte crise no País e a gente tivesse que estimular a economia”, disse.

O ministro declarou ainda que devido ao corte na Selic, a taxa atingiu um dos melhores patamares “de todos os tempos”. “O Brasil está se tornando um país normal em matéria de política monetária”, ressaltou. Em outros tempos, concluiu o ministerial, a economia brasileira já tinha sido “derrubada”.

Crescimento continuado
Mantega espera que o País saía desse período de recessão mais forte e dinâmico e ocupando um papel de destaque na economia mundial. Ele apontou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 4% no último trimestre deste ano. E após um evento com superintendentes do Banco do Brasil em São Paulo, nesta sexta-feira, o ministro assegurou que “no segundo semestre, estaremos com a economia crescendo mais do que no primeiro semestre”.

O governista ressaltou que já começou a colheita das ações empreendidas desde a metade do ano passado. Alguns dados apontam isso, como a melhora nas vendas no varejo em junho, cujo crescimento veio acima do esperado pelo mercado, além da divulgação do indicador de atividade do Banco Central do mesmo mês, com expansão de 0,75 por cento, a maior em mais de um ano. 

Mas o ministro observa que é preciso “continuar tomando medidas”. Com juros reais de 2% ao ano, Mantega acredita que haverá um aumento de recursos destinados a investimentos no setor produtivo. “A partir dessa redução, há uma tendência natural de que a disponibilidade de ativos seja canalizada não mais para financiar a dívida pública, mas para financiar atividades produtivas”.

Apesar disso, quando questionado sobre a possibilidade de prorrogar a redução nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo, Mantega afirmou que o “Governo ainda não pensa nisso”. Até segunda ordem, o benefício deve terminar no próximo dia 31 de Agosto.

Com informações da Repórter da Agência Brasil e Exame.com

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