Setor movimentou R$ 104 bi em 2010, cresce 6,13% ao ano e emprega 866 mil pessoas
O Ministério da Cultura (MinC) lançou nesta sexta-feira (23) o plano que vai nortear a Secretaria da Economia Criativa (SEC), que está em estruturação e será responsável por criar e gerir políticas públicas para o setor. A cultura aparece entre as atividades mais dinâmicas do País: cresce 6,13% ao ano, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); emprega 866 mil pessoas e movimentou R$ 104 bilhões em 2010. Apesar disso, o brasileiro não explora totalmente seu potencial e, para resolver os gargalos na produção, é necessário investir na formação profissional e criar novas regras de tributação e acesso ao crédito.
Um dos papéis centrais da secretaria será apoiar o negócio para o pequeno e médio empreendedor, que contará com a criação de equipamentos públicos como o Criativa Birô do Nordeste, inaugurado em 3 de setembro. De acordo com a secretária de Economia Criativa, Cláudia Leitão, até o final deste ano deverão estar em funcionamento cinco projetos pilotos do Criativa Birô, sendo um em cada região do País. “O primeiro do Nordeste será em Pernambuco e os outros quatro serão nos estados de Goiás, Acre, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul”. A expectativa da secretária é que, a partir de 2012, os Criativas Birôs sejam expandidos para todo o Brasil.
“Os Criativa Birô serão a casa do empreendedor criativo brasileiro, onde ele terá assessoria para elaborar modelos de negócios, planos de comunicação e distribuição, além de consultorias jurídicas, linhas de crédito, birô de exportação e formação profissional”, diz Cláudia.
Pesquisa avalia dimensão da produção cultural
O setor de produção cultural foi dimensionado por um estudo feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan, 2008) e pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad, 2010). Os pesquisadores trabalharam, principalmente, sobre os dados do IBGE e elaboraram o ponto de partida para o trabalho da SEC, cujos dados e diagnósticos estão nos quadros das páginas 2 e 3. As outras fontes usadas para obter os parâmetros de massa salarial e de nível de ocupação extraídos foram da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e da quantidade de empreendimentos considerados criativos de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae 2.0) do IBGE.
Por causa do alto grau de informalidade da economia criativa brasileira, boa parte da produção e circulação doméstica de bens e serviços nacionais não é incorporada aos relatórios estatísticos. Para melhorar a construção de políticas públicas, a SEC prevê a criação de observatórios de pesquisa junto às universidades federais. “Um observatório nacional fornecerá metodologias para os locais, que irão coletar dados sobre a vocação cultural de um território e os Arranjos Produtivos Locais. Esses indicadores nos ajudarão a direcionar os recursos para onde realmente precisa”, explica Cláudia
Em Questão – Secom