Meio Ambiente

Cúpula da Amazônia: desafio é combinar proteção da floresta com bem-estar social

Presidentes dos 8 países que abrigam a Floresta Amazônica se reúnem em Belém (PA) para garantir melhores condições de vida à população, fortalecer a proteção ambiental e cobrar investimentos de US$ 100 bilhões já prometidos por países ricos
Cúpula da Amazônia: desafio é combinar proteção da floresta com bem-estar social

Lula durante relançamento do Programa Luz para Todos, em Belém (PA). Foto: Ricardo Stuckert/PR

Depois de reunir 27 mil pessoas para discutir o futuro da região amazônica pela ótica da população que ali vive, por meio dos Diálogos Amazônicos, o governo Lula promove nestas terça e quarta-feira (8 e 9/8) em Belém (PA) a Cúpula da Amazônia. O encontro reúne os presidentes dos oito países que abrigam a Amazônia e mais três convidados para formatar propostas de preservação ambiental com bem-estar social, como define o senador Beto Faro (PT-PA).

“Será um encontro grandioso, já um preparativo para a COP 30 [que acontece em 2025 no Pará], dialogando proposições e acertando acordos para que a gente possa garantir a nossa reserva florestal, nossos rios sem contaminação e também a proteção às populações originárias, aos povos indígenas, aos quilombolas, ribeirinhos, invertendo o modelo de desenvolvimento”, explicou.

Para ele, o evento também será importante para cobrar os investimentos de países desenvolvidos para viabilizar ações essenciais para a região. “É um conjunto de políticas, como o reflorestamento de áreas degradadas, que são desafio para o Brasil, mas que queremos cobrar daqueles que não fizeram isso e que, hoje, têm que mandar recursos para que, além da preservação ambiental, as pessoas possam viver nessa região”, afirmou Beto Faro, mencionando a necessidade de beneficiar os mais de 30 milhões de brasileiros que vivem na área amazônica.

No último fim de semana, Belém sediou os Diálogos Amazônicos, que produziu seis relatórios setoriais elaborados com a participação efetiva de moradores da região. Foram cinco plenárias-síntese, três plenárias transversais e 405 atividades auto-organizadas, nas quais foram apresentadas estratégias de defesa da floresta, propostas de novos modelos de desenvolvimento e ações específicas, com a participação de 12 ministros do governo Lula.

Os relatórios serão entregues aos chefes de Estado de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que compõem a Cúpula da Amazônia.

Debate ampliado

Esta será a quarta reunião dos presidentes dos países da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA), a primeira desde 2009, mas a ideia é ampliar o alcance das discussões.

Além dos oito países, foram convidados o Congo, a República Democrática do Congo e a Indonésia, países com florestas tropicais preservadas.

“A gente quer dizer como é que a gente quer que o mundo olhe para a Amazônia. A gente quer dizer que a gente quer cuidar da nossa fauna, da nossa água, mas sobretudo cuidar de uma coisa que eles acham insignificante chamada povo, seres humanos, homens e mulheres que moram debaixo da copa dessas árvores, na beira desses rios, e que muitas vezes não são olhados”, afirmou o presidente Lula, que já está no Pará, onde relançou o Programa Luz Para Todos, lançou o Programa Norte Conectado, que leva internet rápida a 10 milhões de brasileiros, e visitou o Navio Hospital Escola Abaré.

O presidente afirmou que a Cúpula da Amazônia será importante para que os países amazônicos cobrem os 100 bilhões de dólares prometidos pelos países ricos desde 2009 para a região.

“Foi a grande promessa dos países ricos. Até hoje estamos aguardando esse dinheiro. Veio um pouquinho do Fundo Amazônia, mas está longe, porque a gente quer desenvolver, criar condições de vocês terem trabalho digno. A gente não pode ficar falando de avanço de tecnologia sem falar de avanço para o povo”, disse.

(Com Palácio do Planalto)

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