Não é de hoje a tentativa de integrantes da operação Lava Jato de criar versões para tentar prejudicar o ex-presidente Lula e seus familiares. O método é o mesmo, mudando os personagens: condicionar acordos de delação premiada à confirmação de narrativas mentirosas.
Neste final de semana, essa ‘teoria’ foi novamente comprovada por uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo: “Lava Jato pressiona Andrade a delatar Lulinha” – 26/11. A defesa do ex-presidente garante que levará o caso para ser investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Outras situações idênticas já foram anteriormente denunciadas pela imprensa, envolvendo Leo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, e do ex-ministro Antônio Palocci. Todas foram levadas à PGR, mas o órgão arquivou os pedidos de investigação sem nenhuma apuração interna do Ministério Público.
De acordo com a assessoria do ex-presidente, é uma constante a pressão que a Lava Jato faz para que investigados ou réus confessos confirmem narrativas acusatórias formuladas por seus membros contra Lula e seus familiares.
“Abrir e reabrir investigações sem qualquer materialidade, suportada por depoimentos forçados de delatores, configura claro abuso de autoridade, além de evidenciar o mau uso das lei e dos procedimentos jurídicos para fins políticos (lawfare)”, diz nota da assessoria de Lula.
Ainda de acordo com a assessoria, os limites que a lei estabelece para o poder do Estado e de seus agentes devem valer para Lula, para seus familiares e para todos os cidadãos. Qualquer abuso não deve ser tolerado e punido na forma da lei.