Gleisi: inclusão de seu nome nas
investigações da Lava Jato visa, também,
aproximar o escândalo da presidenta DilmaNo segundo semestre do ano passado, quando enfrentava o atual governador Beto Richa na disputa pelo Palácio Iguaçu, Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi acusada de ter recebido R$ 1 milhão – no esquema do doleiro Alberto Youssef – para sua campanha ao Senado, em 2010. A denúncia foi um dos vazamentos da operação Lava Jato. Agora, o delator Rafael Ângulo, que seria um dos entregadores de recursos de Youssef, desmentiu a versão do doleiro. Em depoimento à Polícia Federal, ele afirmou jamais ter feito qualquer pagamento à senadora e ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma.
A notícia foi divulgada pela coluna Panorama Político, de Ilimar Franco, no jornal O Globo deste domingo (24):
“A verdade e a mentira – Depoimento do delator premiado Rafael Ângulo, quarta-feira, na PF, desmentiu o delator premiado Alberto Youssef. Este, em uma de suas diversas versões, afirmou que Ângulo entregou R$ 1 milhão para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ângulo simplesmente negou que tivesse qualquer conhecimento desse fato.”
Em entrevistas ao Brasil 247, a senadora Gleisi afirmou que sua inclusão na Lava Jato visava não apenas minar sua candidatura ao governo do Paraná, mas também aproximar o escândalo da presidenta Dilma, durante a corrida presidencial de 2014, uma vez que ela foi ministra da Casa Civil durante a maior parte do primeiro mandato.
O presidente do PT-PR, deputado Enio Verri, afirmou que defende ampla investigação pela Polícia Federal e Ministério Público na operação Laja Jato, mas reiterou que é preciso tomar cuidado com “julgamentos antecipados que podem atingir a reputação das pessoas”.
“Grandes veículos da imprensa nacional noticiam, hoje, depoimento que desmente as acusações de envolvimento da senadora Gleisi Hoffmann em fato investigado pela operação Lava Jato. Respeitamos o papel da Polícia Federal e do Ministério Público e entendemos que todas as investigações devem ser realizadas. No entanto, é preciso tomar cuidado com julgamentos precipitados, antes mesmo dos juízes, que podem atingir a reputação das pessoas. Sempre tivemos segurança de que a verdade prevalecerá. O chamado que nos move na política é o de servir ao interesse público e é assim que continuaremos a trabalhar”, disse Verri.
Não é a primeira vez que há contradições relevantes em versões de delatores. Na Lava Jato, o ex-ministro Antonio Palocci também foi citado por Paulo Roberto Costa, que depois acabou desmentido por Youssef, num caso que envolveria a arrecadação de R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma Rousseff.
Com informações do Brasil 247 e do O Globo