Delcídio: Graça Foster vem ao Senado dia 11 de setembro

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Delcídio do Amaral (PT-MS), informa que a presidenta da Petrobras, Graça Foster, virá ao colegiado no dia 11 de setembro para falar das estratégias e do plano de negócios da empresa para o período de 2012 a 2016. “A presidenta poderá responder todas as dúvidas dos senadores e comentar o resultado da Petrobras no primeiro semestre deste ano, cujo lucro líquido foi de R$ 7,9 bilhões”, afirmou. Segundo Delcídio, esse resultado – considerado modesto pelo mercado – já era esperado por causa da discrepância nos preços dos combustíveis causado principalmente pela alta do dólar frente ao real.

“Nós importamos hoje um volume significativo de gasolina e a preço internacional. Na época que o barril do petróleo estava cotado a 120 dólares, nós estávamos importando gasolina a esse preço e vendendo no Brasil a 80 dólares. Portanto, se essa questão da paridade e preço não se consolidar, a Petrobras terá dificuldades mais adiante, assim como outros setores, o etanol, por exemplo, que é adicionado à gasolina”, alerta.

Para Delcídio, que já foi diretor da Petrobras, o etanol acaba ficando amarrado ao preço da gasolina e se há importação de um volume maior de gasolina para segurar os preços o resultado acaba sendo prejudicial ao outro componente, no caso o etanol. “A própria Graça Foster foi bastante clara ao explicar recentemente essa equação. Ao mesmo tempo, lembrou sobre o efeito da valorização do dólar frente ao real que afetou o resultado no primeiro trimestre,  porque houve um prejuízo e influenciou num lucro menor no balanço semestral da companhia”, disse ele.

Por mais que os desafios da empresa sejam enormes, Delcídio não tem dúvida de que as cotações das ações da Petrobras vão recuperar naturalmente, porque o consumo tende a subir e a empresa continuará exercendo papel relevante para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico para o Brasil. O senador observa que no mercado petrolífero o jogo é duro e a Petrobras se insere nesse contexto como líder, já que o desafio no mundo vai ser quem detém reservas e energia de sobra. “Nós temos pela frente o pré-sal e outros projetos de investimentos de exploração e produção, como o shale gás (gás de xisto – rocha) que os Estados Unidos estão desenvolvendo intensamente. Teremos outro cenário associado a energias renováveis e nós não podemos perder tempo. A Petrobras será a principal protagonista desse novo momento que sem dúvida o Brasil vai viver”, enfatizou.

Inova Petro

A Petrobras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançam no dia 17 de setembro o primeiro edital de convocação das empresas interessadas em participar do Programa Inova Petro, destinado a desenvolver a cadeia de fornecedores com alto valor agregado de tecnologia no entorno dos empreendimentos da Petrobras. O objetivo é estimular no médio e no longo prazo o desenvolvimento das empresas que fornecem algum tipo de serviço ou equipamentos utilizados na produção de petróleo, gás e no setor naval, de transportes.

O Programa Inova Petro terá duração até 2016 e terá R$ 3 bilhões que serão divididos entre a Finep e o BNDES para contemplar projetos de pesquisa, desenvolvimento, engenharia, absorção tecnológica, produção e comercialização de produtos, processos ou serviços inovadores. Os recursos serão reembolsáveis (receptores devolvem após um período) e não reembolsãveis (a fundo perdido).

A Petrobras, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) também vão desenvolver paralelamente ao Inova Petro a identificação de potenciais fornecedores nas redondezas dos empreendimentos da Petrobras, o chamado Arranjo Produtivo Local (APLs). O objetivo é gerar oportunidades para diversos segmentos de pequeno e médio porte.

Delcídio está otimista com esse novo programa que está inserido no Plano Brasil Maior destinado a reforçar os investimentos em pesquisa. Segundo a própria presidenta da empresa, Graça Foster, a cultura do conteúdo local já faz parte do pensamento da companhia e veio para ficar. Em 2003, por exemplo, o conteúdo local variava de 40% a 55% na área de Exploração e Produção e hoje se aproxima dos 65%. Na área de Abastecimento, a participação do conteúdo nacional dos produtos e serviços utilizados era de 82% e hoje já está em 92%. No caso da área de Gás e Energia, o conteúdo local correspondia a 70% em meados de 2003 e hoje já chega aos 90%.

Investimentos

O Plano de Negócios da Petrobras prevê investimentos de US$ 236,5 bilhões para o período de 2012 a 2016. Apenas neste ano, os investimentos na área de petróleo e gás serão de US$ 45 bilhões. A área exploratória e de produção receberá no período US$ 131,6 bilhões. Os investimentos nas refinarias serão mantidos, até porque o crescimento do consumo é constante e firme. A Petrobras estima aumentar as reservas para 15,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) até 2020. Hoje, o País ocupa a 14º posição em tamanho de reservas provadas, o que corresponde a 15,7 bilhões de barris (boe). Na área de fertilizantes, a Petrobras prevê que a planta no estado do Mato Grosso do Sul comece a produzir em 2014, o que será fundamental para baratear os preços dos insumos utilizados no campo e, ainda, para diminuir a dependência importadora do Brasil.

Dados

– O Brasil tem 278 blocos exploratórios em concessão, sendo metade da Petrobras.

– 78 empresas exercem atividades exploratórias, metade delas é brasileira.

– As reservas de petróleo no Brasil somam 15,7 bilhões de barris de óleo equivalnte (boe)

– O Brasil é o 14º país em tamanho de reservas provadas

– 92% das reservas se encontram no mar (offshore)

– O Plano de Negócios 2012-2016 prevê investimentos totais de US$ 236,5 bilhões

– US$ 131,6 bilhões serão aplicados em projetos da área de Exploração e Produção

Confira o Plano de Negócios da Petrobras – 2012 – 2016


To top