“Estão se criando polêmicas, uma atrás da outra, |
Ao subir na tribuna, na manhã desta sexta-feira (12/07), o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) comentou o conflito gerado em torno do Ato Médico, notícia de destaque em todos os jornais por causa da desaprovação das entidades de representação dos médicos aos vetos aplicados ao projeto que havia sido aprovado em 19 de junho passado pelo Senado.
Relembrando que o texto apreciado resultou de “várias reuniões com entidades e ministros”, Delcídio lamentou que os encontros não foram suficientes para neutralizar as diferenças e alcançar o impedimento. “Se efetivamente havia restrições do governo, nada melhor que, através de suas lideranças, isso fosse esclarecido”, ponderou o senador, para, em seguida, frisar que “quando a gente atua de uma maneira pró-ativa, dizendo das dificuldades que eventualmente o governo teria ao ver aprovado esse projeto, nós estaríamos hoje vivenciando uma realidade diferente”.
Para o senador petista, conflitos como o gerado em torno do Ato Médico entre o governo de um lado e as entidades de classe e o Congresso de outro são prejudiciais porque, diante do veto, põe em risco o esforço do Senado e do Congresso “na busca de soluções que atendam segmentos importantes”.
Pior ainda, para Delcídio, é o clima de confronto que os desentendimentos provocam. “Estão se criando polêmicas, uma atrás da outra, absolutamente desnecessárias, quando o que precisamos é concentrar esforços para que realmente a saúde tenha a atenção que merece”, disse, para registrar: “eu acho que o modus operandi do Governo precisa mudar, porque é um quadro difícil e, se nós sistematicamente criarmos pontos de conflito, isso vai dificultar imensamente o trabalho do senado, o trabalho do governo e, consequentemente, os reflexos para a população brasileira de temas importantes, como é o da saúde”.
A falta de diálogo que resultou no enfrentamento estampado nos jornais – e que deverá continuar com o anúncio do Conselho Federal de Medicina (CFM) de acionar a Justiça – para Delcídio, também marcou o anúncio dos dois anos de atendimento no SUS para médicos recém-formados.
“Não posso deixar de registrar”, disse ainda o senador petista que o acréscimo de dois anos na formação dos médicos foi decidido “sem nenhuma consulta”, nem sequer aos reitores. “Quer dizer, as universidades não foram sequer consultadas”, completou, pedindo maior cuidado para se evitar “conflitos que dificultam imensamente o trabalho do Senado e do governo, e, consequentemente, com reflexos para a população brasileira”.
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