Novos áudios de celular identificados pela defesa do presidente Lula, e enviados nesta segunda-feira (15) ao Supremo Tribunal Federal (STF), mostram que o procurador da República Deltan Dallagnol fez uma intensa articulação para que o juiz que ocuparia a vaga deixada por Sergio Moro na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba tivesse o “perfil” da Lava Jato.
Como já está mais que provado, a Lava Jato atuou como um partido político para, de forma ilegal, prender o presidente Lula, tirando-o das eleições de 2018, e ajudar candidatos de linha “liberal” a se eleger. Para executar tal plano, foi fundamental garantir que os casos de Lula fossem julgados em Curitiba, por Sérgio Moro (mesmo que o ex-juiz não tivesse competência para isso, o que acabou levando à anulação de todas as ações na semana passada).
Por isso, quando Moro deixou de ser juiz, no fim de 2018, para se tornar ministro de Jair Bolsonaro, todo o esquema poderia ir por água abaixo. Para continuar sua perseguição a Lula, o primeiro passo da Lava Jato foi pressionar a juíza Gabriela Hardt, que assumiu o posto de Moro de maneira provisória. A pressão deu certo e Hardt condenou Lula em tempo recorde no caso do sítio em Atibaia. O segundo passo era garantir que o juiz definitivo fosse simpático à Lava Jato. E a articulação para que isso acontecesse foi intensa, mostram os novos áudios.
“Ótimo para nós”
Em um dos áudios, Deltan explica a um colega a intrincada articulação: “O que a gente precisaria fazer seria convencer o Nivaldo ou o Danilo a ir pra vara, pra 13ª vara. E aí isso ajudaria inclusive nas remoções, porque se o Danilo vai pra lá, é, a Bianca Arenhart quer ir pra uma vara criminal e ela tá numa previdenciária. Aí a Bianca iria pra criminal, o Danilo vai pra 13ª, a Bianca vai pro lugar dele pra criminal e o Julio iria pra previdenciária e todo mundo ficaria feliz”. Adiante, completa: “Vamo continuar atento e vamo pros próximos passos”.