A Justiça tarda, muitas vezes falha, mas quando acontece restabelece a verdade. Na terça-feira, 22, o ex-procurador da República Deltan Dallagnol foi condenado pela 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça a pagar R$ 75 mil ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por danos morais. Em 2016, durante entrevista coletiva, Dallagnol acusou o ex-presidente de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex de Guarujá (SP), mesmo sem provas. A bancada do PT no Senado, comemorou a vitória de Lula.
“Pode demorar, mas a verdade sempre vence”, comentou o senador Humberto Costa (PT-PE). “Lula foi acusado sem provas, proibido de disputar a eleição e preso injustamente. Mas uma a uma todas as mentiras estão caindo e os responsáveis estão pagando pelo mal que causaram a Lula e ao Brasil”.
O senador Jaques Wagner (PT-BA) também comemorou o restabelecimento da verdade e da Justiça. “Assim como a farsa, que foi construída em vários atos, as máscaras vão cair uma após a outra”, disse. “O bom é que a verdade vence. Como sempre dissemos, Lula foi um grande injustiçado”.
“Inocente, elegível, presidente! Mais uma vitória judicial de Lula que comprova que a Lava Jato foi totalmente enviada para tirá-lo da disputa eleitoral de 2018”, comentou o senador Jean Paul Prates (PT-RN). “A Justiça confirma que o ex-procurador cometeu danos morais contra Lula com aquele famoso powerpoint, que não mostrava nada”.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) diz que Dallagnol ainda tem outras contas a acertar com a Justiça. O ex-procurador já é investigado por uma tentativa de desviar recursos da Petrobrás para uma fundação”, lembrou. “É mais uma vez desmascarado na vexatória coletiva do powerpoint. É o triste fim da farsa de Moro e sua trupe”.
O próprio Sérgio Moro, candidato do Podemos à Presidência da República, apontado pelo Supremo Tribunal Federal como juiz parcial contra Lula, comentou a derrota de Dallagnol, candidato a deputado federal em outubro. “O país tá doente, gente”, lamentou, em vídeo divulgado nas redes sociais. “Isso é um absurdo”.
O jurista Lênio Streck disse que, em outro país, a gravidade da conduta do procurador Deltan Dallagnol seria punida com prisão, tantas a irregularidades e ilegalidades cometidas por ele durante a Operação Lava Jato. “Ele escapou barato. Pintou e bordou. Ganhou dinheiro com palestras em conflito de interesse. Tentou uma fundação de bilhões e levou chinelada do STF”, disse. “Na Europa estaria preso. Agora o STJ fez ele literalmente pagar pelos seus atos”.