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“Democracia em risco”: como o mundo viu o golpe judicial

Lideranças políticas com expressão mundial a manifestam solidariedade ao ex-presidente: "A direita jamais perdoará Lula por ter tirado 30 milhões de pessoas da miséria”
“Democracia em risco”: como o mundo viu o golpe judicial

O Direito existe para garantir o funcionamento da sociedade e adoece quando se recorre ao “juízo por convicção e à revelia das provas”. É o que pensa o ex-presidente do Uruguai e senador José (Pepe) Mujica, que nesta quinta-feira (5) foi uma das dezenas de lideranças políticas com expressão mundial a manifestar solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que teve um habeas corpus preventivo negado pelo Supremo Tribunal Federal e pode ser preso a qualquer momento.

Os presidentes Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua) e Nicolás Maduro (Venezuela), os ex-presidentes Cristina Kirchner (Argentina), Fernando Lugo (Paraguai) e Rafael Correa (Equador), dois ex-primeiros-ministros italianos, Romano Prodi e Massimo D’Alema, e a bancada de esquerda na Assembleia Parlamentar Euro-Latino-americana (Eurolat) também expressaram indignação diante da decisão do STF, que consideram parte dos esforços para impedir que Lula volte a governar o Brasil.

“Mundo podre”
“A direita, ante sua incapacidade de ganhar democraticamente, escolheu o caminho judicial”, escreveu Maduro em sua conta no Twitter. “À oligarquia não interessa nem a democracia nem a justiça. A direita jamais perdoará [a Lula] por ter tirado 30 milhões de pessoas da miséria”, postou Evo Morales.

Também pelo Twitter, o líder da esquerda francesa Jean-Luc Mélenchon?, candidato à presidência de seu país em 2017 pelo movimento França Insubmissa, usou palavras ainda mais duras em seu protesto: “Que mundo podre! Lula botam Lula na cadeia por 12 anos para impedi-lo de se candidatar a presidente do Brasil”.

[blockquote align=”none” author=”Progressistas italianos”]Por todas essas razões, hoje, queremos expressar uma grande preocupação e um verdadeiro alarme para o risco que a competição democrática eleitoral em um grande país como o Brasil tem sido distorcido e envenenado por ações legais[/blockquote]

Democracia brasileira em risco
Da Itália, a reação veio liderada pelos ex-chefes de governo Prodi e D’Alema, que encabeçam um manifesto também assinado por políticos do campo da centro-esquerda Susanna Camusso, Luigi Ferraioli, Marina Sereni, Piero Fassino, Lia Quartapelle, Luciana Castellina, Pier Luigi Bersani, Vasco Errani, Guglielmo Epifani, Gianni Tognoni e Roberto Vecchi, entre outros. Para os italianos, “a democracia brasileira está em grave risco de cair em uma crise”.

“Somos pessoas que vivenciaram a experiência do governo Lula e conseguimos apreciar as mudanças ocorridas naqueles anos, especialmente no nível social. Para convicções ideais e políticas, estamos próximos do povo brasileiro e de todas as forças do país. (…) Por todas essas razões, hoje, queremos expressar uma grande preocupação e um verdadeiro alarme para o risco que a competição democrática eleitoral em um grande país como o Brasil tem sido distorcido e envenenado por ações legais”, afirmam os italianos.

[blockquote align=”none” author=”Partido Socialista do Peru”]Golpe midiático-jurídico e mafioso-militar contra Lula e o povo brasileiro[/blockquote]

Pacto contra Lula
Os deputados que integram a bancada de esquerda na Eurolat, reunidos nesta quinta-feira (5) na Cidade do Panamá, emitiram um comunicado oficial repudiando a “violação” promovida pelo Judiciário contra Lula e as manifestações de integrantes das Forças Armadas pressionando pela prisão do ex-presidente. Para os parlamentares, a negação do habeas corpus “confirma o pacto político-partidário de setores do sistema judicial, organizados pela Rede Globo, com o objetivo de torar Lula do processo eleitoral”.

O comunicado foi assinado por representantes da Argentina, Bolívia, Cuba, Equador, Uruguai, Nicarágua e Espanha na Eurolat e pela Bancada Progressista do Parlamento do Mercosul, integrantes da Esquerda Unitária no Parlamento Europeu, a Esquerda Verde Nórdica e Bancada de Esquerda no Parlamento Centro-Americano, Parlamento Andino e Parlamento Latino-Americano.

Indignação e luta
Em mensagem de solidariedade dirigida a Lula e ao Partido dos Trabalhadores, o Partido Socialista do Peru classificou o processo contra o ex-presidente brasileiro como “golpe midiático-jurídico e mafioso-militar contra Lula e o povo brasileiro”.

O PS peruano ressalta que toda a América está diante de um momento “de indignação e luta contra essa vitória de pirro da oligarquia, dos setores mais reacionários e mafiosos de Brasil’.

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