Demóstenes tenta constranger Conselho de Ética – mas não consegue

Demóstenes tenta constranger Conselho de Ética – mas não consegue

Ameaçado por um processo de cassação, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) tentou, na manhã desta quinta-feira (12/03), descredenciar o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado que o investiga ao contestar a indicação do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) para a presidência do colegiado. Surpreendendo os membros da comissão, o parlamentar goiano apareceu na reunião destinada à escolha do relator do Conselho e pediu a palavra de ordem para contestar a eleição de Valadares, apegando-se aos ritos adotados nos procedimentos que estão previstos no Regimento Interno da Casa.

Demóstenes cobrou que houvesse uma eleição para validar Valadares como presidente do Conselho. Segundo ele, como o presidente anterior, senador João Alberto (PMDB-MA), licenciou-se do mandato para ocupar um cargo na administração do estado que representa, a presidência estaria vaga e não poderia ser definida – como foi – considerando o senador-membro mais velho do colegiado. Esta definição só teria validade nas sessões em que o presidente e vice-presidente do Conselho de Ética estivessem ausentes.

Entretanto, a manobra de Demóstenes não obteve êxito. Imediatamente, Valadares respondeu ao goiano e se comprometeu a realizar eleições para a confirmação de sua indicação. E após a escolha de Humberto Costa (PT-PE) para o cargo de relator, o senador Antonio Carlos Valadares foi reafirmado como presidente do Conselho com 12 votos favoráveis e apenas uma abstenção – cuja autoria é do próprio Valadares.

A chegada e a saída de Demóstenes Torres na sala em que ocorreu a reunião do Conselho de Ética do Senado provocou alvoroço entre os jornalistas e fotógrafos. Fazendo questão de cumprimentar formalmente cada um dos senadores que se encontravam na primeira fila de cadeiras do Conselho, Demóstenes Torres sorriu para os fotógrafos.

Para os jornalistas, disse que é inocente e que irá provar isso por escrito e, depois, em defesa oral. Aos senadores disse que não pretende alegar nulidade de nenhum ato realizado pela comissão até o momento, que se considera notificado e apresentará a defesa no próximo dia 25 de abril.

Marcello Antunes e Catharine Rocha

Ouça a intervenção do senador Humberto Costa

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Ouça a intervenção do senador Wellington Dias

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