Armando: denúncia contra Dilma tem questões controversas na interpretação de juristas e, portanto, são “frágeis”O senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou, nesta quarta-feira (30), que a denúncia contra Dilma, no Senado, tem questões controversas na interpretação de ilustres juristas e, portanto, são “frágeis”. Por não haver uma interpretação inquestionável, o parlamentar acredita que o processo é meramente político.
“A denúncia, senhores, está indisfarçavelmente embalada por motivações de natureza política”, criticou, da tribuna do Senado.
O parlamentar lembrou que a presidenta é acusada de irresponsabilidade fiscal. Entretanto, no primeiro quadriênio do seu primeiro mandato, foi gerado um superávit primário da ordem de R$ 250 bilhões em valores atuais, mesmo abatendo o déficit de 2014, quando já se observava uma forte desaceleração da atividade econômica.
Além disso, em 2015, o governo da petista promoveu o maior contingenciamento de despesas da história recente do País, com uma redução nominal do gasto discricionário, em relação a 2014, e de 10% em valores reais, em relação aos gastos de 2013.
“Subsídios sofreram substanciais cortes, desonerações fiscais foram revistas e preços administrados foram realinhados com efeitos secundários do ponto de vista fiscal”, destacou o parlamentar.
Independente do resultado do julgamento de Dilma, Armando pediu responsabilidade aos colegas à situação econômica do País. Especialmente com a trajetória da dívida pública, com tendência ascendente nos próximos anos.
“Tenho convicção de que a saída necessariamente ocorrerá pelo controle dos gastos públicos, mas também por uma clara sinalização de que, mais do que promover um ajuste de curto prazo, precisamos construir as bases de um novo regime fiscal que assegure o equilíbrio sustentável das contas públicas, mesmo nos períodos de maior flutuação econômica”, disse.
É preciso lembrar que a presidenta Dilma apresentou diversas propostas de ajuste fiscal. Porém, os defensores do “quanto pior, melhor” dificultaram a aprovação de proposições importantes e colocaram o governo como refém do Congresso Nacional.
Carlos Mota
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