Depois da queda nos juros, governo quer tarifas menores nos bancos

Os bancos privados tiveram de acompanhar a queda nos juros do BB e da Caixa para não perder clientes. Governo quer, agora, serviços mais baratos.

Uma vez alcançado o objetivo da redução dos juros – que ainda precisam cair mais, para acompanhar o mercado internacional – o governo federal agora prepara nova investida no mercado financeiro, desta vez contra o preço das tarifas dos serviços cobrados dos clientes pelos bancos.
A estratégia desenhada é a mesma empregada para provocar os sucessivos cortes de juros observados nos últimos dias. Os bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal à frente – darão início aos cortes nos valores cobrados, para forçar os bancos privados a acompanhar a tendência de mercado, e não perder clientes.

Hoje, apesar da regulamentação, os bancos cobram quanto querem pelos serviços que prestam. Estudo do Banco Central (BC) revela que há uma enorme diferença entre as tarifas cobradas por bancos privados e públicos. Diferença que pode crescer ainda mais, com o novo movimento a ser liderado pelo BB e pela Caixa.

O estudo mostra, por exemplo, que para fazer um cadastro e abrir uma conta em um banco público, os correntistas pagam, em média, R$ 31,67, enquanto esse mesmo serviço custa, em média, R$ 390 nas instituições privadas. Nos extremos, dependendo do perfil do cliente e do banco, esta mesma tarifa pode variar de zero a R$ 5 mil.
Em outro exemplo, para emitir um DOC, utilizado para transferência entre contas bancárias, os bancos públicos cobram, em média, R$ 15,31 – valor que pode subir para R$ 81,34 nos bancos privados. Já o turista que pretende viajar ao exterior tem de pagar uma tarifa de R$ 62,86 para comprar moeda estrangeira nos bancos públicos. O custo médio desse serviço nas instituições privadas chega a R$ 145,60.

A variação entre as tarifas cobradas é estratosférica, porque não há uma tabela de preços determinada pelo Banco Central . Em 2007, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que alguns serviços, considerados essenciais, não poderiam ser cobrados. Por exemplo, fornecimento de cartão de débito, quatro saques por mês, duas transferências entre contas no mesmo banco e utilização de caixas eletrônicos e internet. Mas as demais tarifas, por não terem um limite estabelecido, são fixadas a bel prazer pelos bancos privados, a cada seis meses – prazo mínimo estabelecido pera os aumentos de preços. Cabe às instituições apenas notificar os clientes sobre os novos valores, com pelo menos um mês de antecedência.

Como se viu nas últimas semanas, os jornais trazem a avaliação de empresas e consultorias que atendem o sistema financeiro defendendo seus clientes – com a previsão de que a redução dos preços dos serviços pretendida pelo governo é inviável, ora por causa dos “altos salários”, ora por ineficiência das instituições.

A Febraban, entidade que reúne os bancos brasileiros – os de maior lucratividade no mundo – até o momento, não se manifestou.

Com informações das agências

 

 

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