Ministro diz que PIB cresce 2%, mas FMI aponta que será de 0,2%, menos que os 0,5% previstos em outubro
Foto: MTEFernando Rosa 16 de janeiro de 2017/ 18h54 O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu que o desemprego vai continuar crescendo e que “a recuperação do emprego ocorrerá apenas no segundo semestre”, em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, no domingo. Depois de oito meses, a administração de Meirelles fechará o ano de 2017 com 13,6 milhões de desempregados, segundo a OIT (Organização Mundial do Trabalho), praticamente o dobro de 2014. Em 2017, também segundo a OIT, o mundo terá mais 3,4 milhões de desempregados, dos quais 1,2 milhão será de brasileiros. A promessa de recuperação do emprego, no entanto, não durou um dia, com a divulgação de relatório do Fundo Monetário Internacional, nesta segunda-feira, reduzindo a projeção de alta do PIB em 2017. Segundo o relatório divulgado, a estimativa do Fundo é que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2017 será de 0,2%, menos que os 0,5% previstos em outubro. A expectativa anunciada pelo ministro Henrique Meirelles é de crescimento de 2%, enquanto o Banco Central crava o mesmo percentual do FMI.
Apontando a contradição, o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Airton dos Santos, questiona “em qual setor o governo aposta para puxar o crescimento, se pelo consumo, investimento das empresas, gastos dos governos ou exportações?” Segundo ele, “um deles tem que reagir, ser o polo dinâmico”, apontando dificuldades objetivas diante do atual quadro de recessão. Para Santos, a aposta do governo são as Parcerias Público Privadas (PPP), com questionáveis investimentos externos, e as exportações, que representam apenas 4%do PIB. “Quando os agentes puramente de mercado não reagem, é decisivo o papel do setor público, do Estado, promover uma política contra-cíclica”, ou seja, investir na economia.