Deputado Carlos Leréia adia depoimento à CPI do Cachoeira

Convidado a depor, o deputado alegou “compromissos inadiáveis” e disse que falará a partir do dia 18/09.

Foi desmarcado o depoimento do deputado Carlos Leréia (PSDB-GO), à CPMI do Cachoeira. Ele enviou ofício à secretaria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito na noite dessa segunda-feira (03/09) onde alegou “compromissos pessoais inadiáveis anteriormente assumidos” papara adiar sua participação. Como ele havia sido convidado e não convocado, a CPMI não tinha como recusar.

Amigo confesso do contraventor Carlos Cachoeira, pivô das investigações, Leréia fez questão de “tranquilizar” os colegas de Parlamento: disse estar “à disposição” do colegiado a partir de 18 de setembro, cerca de 20 dias antes das eleições de outubro (primeiro turno no dia 7).

Na condição de convidado, Leréia poderia até recusar comparecer ao, mas disse que responderia a todos os pedidos de esclarecimento por estar “tranquilo” em relação às suspeitas suscitadas a seu respeito. Ele é acusado de usar cartão de crédito de Cachoeira para compras diversas e de ter recebido dinheiro ilegal da organização criminosa capitaneada pelo contraventor – cujo esquema ilícito tem Goiás, base eleitoral de Leréia, como núcleo operacional e a empresa Delta como responsável por movimentações financeiras irregulares.

Depois das denúncias, Leréia passou a enfrentar processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara, e corre o risco de perder o mandato. O parlamentar tucano também é suspeito de ter alertado Cachoeira sobre a iminência de uma operação da Polícia Federal destinada a desbaratar a quadrilha. Leréia nega as acusações e diz que a relação com Cachoeira é apenas de amizade.

O outro depoente desta terça-feira é o funcionário da Delta Construções André Teixeira Jorge, também suspeito de integrar a organização criminosa e convocado a depor na condição de investigado. Mas, como vários outros  depoentes, conseguiu autorização para permanecer em silêncio.

Teixeira foi chamado porque as investigações da PF consideraram incompatíveis sua evolução patrimonial es movimentações financeiras com os rendimentos por ele declarados – o que leva à suspeita de que o funcionário era utilizado como laranja em esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas fantasmas.

Giselle Chassot, com informações das agências de notícias

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