Parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) anunciaram, nesta terça-feira (4), que apresentarão denúncia à Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer. Os deputados Paulo Pimenta (RS), Wadih Damous (RJ) e Paulo Teixeira (SP) acusam Temer de usar o cargo de Presidente da República para compra de votos contra a denúncia em que é alvo na Câmara dos swputadoDeputados.
Os deputados imputam à Michel Temer a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva e organização criminosa, além de fatos que atentam contra a moralidade e a administração pública. A denúncia será formalizada à PGR nesta quarta-feira (5).
Segundo os parlamentares, a prática de Temer pode ser compreendida como uma “continuidade delitiva”, uma vez que ele já foi denunciado por crime de corrupção. “As notícias demonstram que as deletérias e criminosas práticas a ele atribuídas pelo PGR não só não cessaram como podem estar em plena atividade”, afirmam.
Além disso, os petistas alertam à PGR para o fato de que é preciso uma resposta urgente “sob pena de viciar o processo de análise da denúncia pela Câmara com eventual prática de compra de votos”.
Nesta terça-feira, a imprensa noticiou a ofensiva de Michel Temer sobre o Congresso. Conforme agenda divulgada pelo Palácio do Planalto, Temer recebeu, ao longo do dia, 22 parlamentares de diferentes partidos. “Justamente na data em que a CCJ da Câmara dá início ao processo contra Temer, ele passa o dia recebendo deputados indecisos. Está evidente que ele está usando a máquina do governo para comprar votos e fazer chantagens e pressão sobre parlamentares”, protestou o deputado Pimenta.
Um levantamento publicado nesta terça por uma agência internacional de notícias revelou que o governo Temer liberou R$ 4,2 bilhões em emendas somente no mês de junho. Esse montante é quatro vezes maior a todo valor que foi liberado de janeiro a maio de 2017, cerca de R$ 1 bilhão. Para os deputados petistas, essa é mais uma prova de que Temer usa o cargo para comprar votos contra sua denúncia.
No dia 26 de junho, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou Michel Temer, ao Supremo Tribunal Federal, por corrupção passiva. O STF, por sua vez, remeteu à Câmara dos Deputados, que vai decidir pela admissibilidade da denúncia.