A Frente Parlamentar Pela Valorização das Universidades Federais, coordenada pela deputada Margarida Salomão (PT-MG), decidiu nesta terça-feira (7), adotar medidas duras para enfrentar o processo de desmonte das universidades e institutos federais protagonizado pelo governo de Jair Bolsonaro. Uma das principais medidas será a obstrução da pauta legislativa enquanto o ato arbitrário do governo contra a educação brasileira não for revisto. Os cortes nos repasses de 30% de recursos às universidades e institutos federaiscausaram indignação nos integrantes da Frente e na Bancada do PT.
“Vamos fazer um requerimento a líderes de todos os partidos para tratar dessa decisão do governo de bloquear a execução orçamentária das universidades e dos institutos federais, e solicitar que haja obstrução de todas as votações enquanto não tivermos encaminhamento satisfatório e resolutivo dessa crise criada”, anunciou Margarida Salomão. A obstrução foi sugerida pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) e contou com apoio do líder da Bancada do PT, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), e endossada pelo deputado Alexandre Padilha (PT-SP).
Paulo Pimenta lembrou que o atual governo tem se caracterizado como um governo de “recuo”. “Desde o início do ano, a marca desse governo tem sido recuar sempre que há uma resposta por parte da sociedade, sempre que há mobilização capaz de mostrar esse sentimento de indignação como estamos assistindo no Brasil neste momento”, destacou o petista.
Para ele, a decisão de encaminhar aos líderes partidários, a proposta de obstrução da pauta da Câmara até que seja recomposto, integralmente, os recursos destinados às universidades e institutos federais, vai permitir que se tome conhecimento de como se posiciona cada bancada partidária. “Com essa ação, veremos as respostas de cada partido de atender ou não o pedido”, argumentou.