A sustentabilidade do atual bom momento da economia depende de medidas estruturantes, como a formulação de um novo pacto federativo e a consolidação de um projeto de desenvolvimento. “Impressiona ver que a oposição é incapaz de fazer esse debate”, lamenta o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Para ele, há setores do Parlamento que preferem “a pequenez e a arenga” a propor respostas aos desafios apresentados ao País.
“Chamo a oposição à responsabilidade. É necessário discutir os grandes temas”, propôs o senador nesta terça-feira (13/03), durante a audiência pública com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE). Para ele, a opção pelo desgaste político tem impedido esses segmentos de contribuírem na formulação de propostas que ajudem o país a manter o crescimento econômico, no atual cenário de crise internacional.
Lindbergh citou “previsões catastróficas” recentes — que não se confirmaram — como exemplo da opção pela “crítica pequena”. Ele lembrou que a dívida do Brasil em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) é de 36,5%, enquanto a da Alemanha ultrapassa os 70%, “mas diziam que esse governo não seria capaz de fazer uma política fiscal firme”. Também cobrou as críticas às sucessivas reduções da taxa de juros: “Diziam que a inflação ia disparar, mas o que teria sido da indústria brasileira sem essa medida de estímulo ao consumo?”.
Medidas estruturantes
A necessidade de formular políticas estruturantes para a economia do País também foi destacada pelo líder do PT, senador Walter Pinheiro (BA), durante a audiência.
Ele destacou o papel do Legislativo na construção de projetos estratégicos—como o desenho de um novo pacto federativo—mas lembrou que também cabe ao Executivo, por meio do Ministério da Fazenda, apresentar projetos essenciais para o País, como uma solução para a dívida dos estados, uma proposta para a desoneração da folha de pagamentos, um novo regime automotivo e o Plano Nacional de Banda Larga.
Cyntia Campos
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