A Embraer divulgou, nesta quarta-feira (24/10), o balanço contábil referente ao terceiro trimestre deste ano. A empresa que é líder no mercado de aviação comercial, oferecendo jatos executivos de alta performance, obteve lucro de R$ 132,5 milhões, garantindo aos acionistas um lucro por ação de R$ 0,1826. No acumulado do ano, o lucro líquido chega a R$ 444,1 milhões e significa lucro por ação de R$ 0,6120. No aspecto das despesas administrativas, a Embraer atribuiu ao programa de desoneração da folha salarial, no âmbito do Programa Brasil Maior, a redução dos custos administrativos. Entre julho e setembro, as despesas alcançaram R$ 119,9 milhões, ante os R$ 147,6 milhões registrados no segundo trimestre de 2012, entre abril e junho.
No quesito das despesas administrativas, a empresa reportou que as margens de lucro antes dos juros e impostos (EBIT) e o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) ficaram em 7,2% e 11,8%, respectivamente, mas subiria para 10,2% e 14,9% se não tivesse ocorrido o impacto da reestruturação de um financiamento pendente da Chautauqua Airlines Inc., companhia aérea controlada pela Republic Airways Holdings, que recorreu à garantia da Embraer e cujo impacto nos resultados foi de R$ 85,1 milhões. Sem esse efeito, o lucro líquido teria sido maior.
Já no caixa líquido da empresa, que ficou em R$ 250,4 milhões no terceiro trimestre, com uma queda de R$ 336,1 milhões em relação ao segundo trimestre, o impacto negativo foi influenciado pelo aumento dos estoques e, ainda, pelo pagamento de R$ 100,5 milhões referente à parte de garantias financeiras atreladas ao processo de reestruturação da concordatária American Airlines (AA).
Aviação Comercial
A Embraer entregou 27 jatos comerciais no terceiro trimestre. De janeiro a setembro, foram entregues 83 unidades. A carteira de ordens firmes para a categoria de E-Jets registrou em 30 de setembro 1.063 aeronaves, incluindo os pedidos de seis aeronaves modelo E190s feitos pela companhia Conviasa, que ainda pode chegar a 20 modelos E190s.
Aviação Executiva
Para a aviação executiva, foram entregues no terceiro trimestre 13 unidades, sendo 11 jatos leves e dois jatos grandes. Segundo o balanço da empresa, em julho foram inaugurados os showrooms de design do Centro de Atendimento ao Cliente em Melbourne, na Flórida, nos Estados Unidos, onde os clientes agora podem projetar o interior das aeronaves adquiridas nos modelos de jatos executivos Phenom, Legacy e Lineage.
Aviação de Defesa
O segmento de Defesa e Segurança aumentou para 18% a participação nos negócios da Embraer no terceiro trimestre e a perspectiva é de crescimento, seja na comercialização de aeronaves de treinamento e ataque leve e sistemas de inteligência, vigilância, reconhecimento e modernização de aeronaves.
Em relação aos projetos de vigilância e reconhecimento de fronteiras, o consórcio Tepro, constituído pelas empresas Savis Tecnologia e Sistemas e OrbiSat Indústria e Aerolevantamento, controladas pela Embraer, foi o único escolhido pelo Exército brasileiro para a próxima fase do processo de seleção do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON).
Quanto ao programa de modernização de 12 caças AF-1 (A-4 Skyhawk) da Marinha, os trabalhos continuam em execução, assim como as 11 aeronaves modelo AMX que também serão revitalizadas. Também consta do balanço da Embraer a informação quanto à entrega da primeira aeronave BEM 145 AEW&C (Airborne Early Warning and Control – Alerta Aéreo Antecipado e Controle) ao governo da Índia. Segundo a empresa, essa entrega significa um marco na execução do programa, já que essa aeronave será somada aos cinco jatos Legacy 600 que já são operados pela Força Aérea Indiana (IAF) e pela Força de Segurança de Fronteiras (BSF) da Índia.
Marcello Antunes
