A redução da taxa Selic para 8,5% ao ano (a.a.) vem ao encontro das medidas de estímulo à atividade econômica para contrapor ao agravamento da crise financeira internacional, que incluem incentivos fiscais a setores como as indústrias de carros, móveis e da linha branca. As reduções dos juros liderados pelos bancos públicos já começa surtir efeito com a ampliação da oferta e do acesso ao crédito. O Banco do Brasil confirmou a aceleração das operações – incremento por dia útil foi de 70%”. Ainda segundo o BB, a principal linha de capital de giro para as micro e pequenas empresas obteve crescimento de 38% na média diária de desembolso, comparado a março de 2012.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) levou a taxa básica de juros ao menor nível registrado da história. Em nota, o Copom considera limitados os riscos para a trajetória da inflação e que, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária. Com a queda da Selic, passam a valer as novas regras de remuneração da poupança. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a alteração foi necessária para que o governo pudesse dar continuidade na redução dos juros e no custo financeiro do País: “Se não tivéssemos feito isso, teríamos um problema, pois engessaríamos a taxa de juros e não conseguiríamos reduzi-la. Esse impedimento seria prejudicial para toda a economia brasileira”, explicou.
O desafio do Governo Federal neste ano, segundo a equipe econômica, é acelerar o crescimento num cenário internacional adverso. Além de ampliar o crédito e reduzir juros, Mantega defende que é preciso continuar com as políticas de estímulo aos investimentos, que fazem parte do Plano Brasil Maior, fortalecer o mercado interno, e manter a solidez fiscal e o controle da inflação.
Crédito
Há dois meses, a presidenta Dilma Rousseff adotou estratégia inédita de fazer com que os bancos públicos liderassem a diminuição dos juros cobrados ao consumidor à produção. Em face da concorrência, as instituições financeiras privadas se viram forçadas também a promover também redução em seus custos.
No crédito às empresas, há uma ênfase nas pequenas e médias. No Banco do Brasil, por exemplo, desde 12 de abril, foram realizadas cerca de um milhão de liberações de crédito nas linhas para pequenas e médias empresas, totalizando mais de R$ 9,9 bilhões. Esse resultado corresponde a crescimento de 18,4% de desembolso médio por dia no período, comparado com o mês anterior. Somente no BB Giro Empresa Flex, principal linha de capital de giro para as micro e pequenas empresas, o volume liberado é da ordem de R$ 2,1 bilhões desde 12 de abril – crescimento de 38% na média diária de desembolso, comparado a março de 2012.
Queda no custo da dívida pública
Outro benefício imediato desta política foi a queda nos custos dos títulos públicos emitidos ao longo de abril – “Os fundos DI com vencimento em 2016 iniciaram o mês com correção de 10,5% a.a. e fecharam em 9,85% a.a.”, exemplifica o coordenador-geral de Operações da Dívida, José Franco de Morais.
O custo médio acumulado em doze meses da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu de 12,12% a.a. em março para 12,07% a.a. em abril. Além da redução da taxa Selic (0,71% em abril/12 ante 0,84% em abril/11), a queda se deve a menor variação do IPCA no período (0,64% em abril/12 ante 0,77% em abril/11).
Em abril, a emissão líquida da DPF totalizou R$ 6,97 bilhões, dos quais R$ 4,44 bilhões referentes à DPMFi e R$ 2,53 bilhões à externa (DPFe).
Veja o ritmo do queda da taxa de juros
Em Questão – Secom
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