No caso da hepatite A, a contaminação se dá por ingestão de água e alimentos contaminados. Assim, hábitos de higiene podem ajudar a prevenir a transmissão da doença. Sempre lavar as mãos com sabão depois de ir ao banheiro, ferver a água em locais onde não há água clorada, higienizar os alimentos são algumas dicas evitar esse tipo da doença.
Os tipos B e C, mais silenciosos têm como principal forma de transmissão o contato com sangue e as relações sexuais. A doença pode passar despercebida por muitos anos, porque não há sintomas visíveis até que os danos ao fígado sejam bastante significativos.
Essa forma da doença também pode ser evitada com maior cuidado em atividades corriqueiras, como por exemplo, na hora de frequentar a manicure. Garantir instrumentos esterilizados, como alicates e empurradores de cutículas pode evitar que o vírus passe de uma cliente para outra.
A mesma cautela deve ser adotada na hora de fazer tatuagens: tanto a tinta quanto a agulha devem ser descartáveis ou esterilizadas para uso de mais de uma pessoa.
Escovas de dente, aparelho de barbear, brincos, entre outros acessórios pessoais, não devem ser compartilhados, pois também podem ser transmissores da doença.
Vacinação
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, além dos cuidados com a higiene, a vacinação é fundamental para a prevenção, sobretudo no caso da hepatite B que pode ser tornar crônica e manter a circulação do vírus na comunidade.
“Quanto mais cedo a pessoa adquirir a hepatite B, maior a chance de que ela se torne portadora crônica”, explicou ele ao lembrar que a vacina contra o tipo B faz parte do Programa Nacional de Imunizações há 14 anos. “Na época, ela era oferecida apenas a recém-nascidos e hoje é oferecida para pessoas até 49 anos. Felizmente não há mais ocorrências em crianças. O desafio agora é universalizar o acesso, pois é uma doença que atinge todas as idades”, explicou Renato Kfouri.
Para ele, a baixa adesão de jovens e adultos à imunização da hepatite B se deve sobretudo à falta de informação. “Muitos não sabem sequer que existe vacina para essas faixas etárias. Há uma cultura muito forte de vacinação da criança, mas ainda estamos muito longe na cobertura vacinal de jovens, adultos e idosos”, destacou. “Com a universalização, mais informação e conscientização conseguiremos erradicar pelo menos as hepatites A e B”, acrescentou.
Não há vacina para prevenir a hepatite C – a mais severa desses três tipos mais comuns no Brasil, podendo causar câncer no fígado. A vacina contra a Hepatite A começou a ser fornecida, pelo Sistema Único Saúde (SUS), para crianças de 1 a 2 anos no mês passado. Crianças maiores, adolescentes e adultos podem ser vacinados em clínicas privadas.
A hepatite A é mais leve, mas existem alguns casos fulminantes. O tipo B é 100 vezes mais infeccioso do que o HIV, e “o infectado costuma portar o vírus mesmo depois de curado”, segundo Renato Kfouri. “As chances de um recém-nascido, filho de uma mulher com hepatite B, ser portador do vírus para o resto da vida é 90%.”
Fonte: Agência Brasil