Dos treze senadores em exercício, dez estão no levantamento do Diap |
Há vinte e um anos, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) publica a lista dos “100 Cabeças do Congresso”, uma pesquisa que reúne os parlamentares mais influentes do ano. Referência dentro e fora do Congresso Nacional, o levantamento, ano após ano, confirma a qualidade da bancada petista. Na lista divulgada nessa segunda-feira (28) não é diferente: o Partido dos Trabalhadores é novamente o partido com mais congressistas selecionados, com 27 dos 100 nomes.
A seleção dos “100 Cabeças” inclui pesquisa, checagem da presença em plenário do parlamentar, propostas do parlamentar que foram aprovadas e sua posição na estrutura do Congresso, entre outros parâmetros. Em 2014, a lista conta com 63 deputados e 37 senadores. Os partidos da base de sustentação do Governo reúnem 69% da elite do Congresso. A oposição, liderada pelo PSDB com 11 parlamentares, detém 25% dos indicados.
No Senado, dos 13 parlamentares petistas em exercício, 10 aparecem no levantamento, preenchendo todas as cinco categorias. A senadora Gleisi Hoffmann (PR) é a única estreante, porque até o início deste ano ocupou a cadeira de ministra-chefe da Casa Civil.
Gleisi e o senador Lindberg Farias (RJ) são apontados como debatedores. Categoria que reúne os congressistas com maior influência nos debates e na definição de agenda prioritária. “Com suas questões de ordem, de encaminhamento, discussão de matérias em votação, obstrução do processo deliberativo, dominam a cena e contribuem decisivamente na dinâmica do Congresso. São os parlamentares mais procurados pela imprensa”, define a pesquisa.
A categoria com mais senadores petistas é a de articulador, que reúne nomes “com excelente trânsito nas diversas correntes políticas, capazes e formar uma massa de apoio à iniciativa dos grupos políticos a que pertencem e ordenar o consenso”. Segundo a publicação, Humberto Costa (PE), Jorge Viana (AC) e Delcídio do Amaral têm esse perfil.
Walter Pinheiro (BA) e José Pimentel (CE), na avaliação do Diap, são exímios negociadores. Os dois senadores têm como atributos a credibilidade, a urbanidade no trato, o controle emocional, a habilidade no uso das palavras, discrição e, sobretudo, a capacidade de transigir. Experientes e respeitados, os negociadores têm autoridade para firmar e honrar compromissos.
Na categoria formuladores, aparecem os nomes de Wellington Dias (PI) e Paulo Paim (RS). Eles são apontados como parlamentares dedicados a elaboração de projetos e proposições. “O debate, a dinâmica e a agenda do Congresso são fornecidos basicamente pelos formuladores, que dão forma às idéias e interesses que circulam no Congresso. A produção legislativa, com raras exceções, é fruto do trabalho desses parlamentares”, justifica o levantamento.
O senador Eduardo Suplicy (SP) aparece entre os poucos formadores de opinião do Congresso, por sua habilidade de arbitrar conflitos, conduzir negociações políticas de grande relevância e influenciar os colegas.
Sempre eles
Desde a primeira edição dos “Cabeças” do Congresso, em 1994, apenas cinco – sendo quatro senadores e um deputado – se mantiveram na lista em todas as publicações. De acordo com o Diap, são parlamentares que, além de excelente trânsito entre seus pares, reúnem habilidades que os credenciaram a exercer influência por duas décadas consecutivas no Congresso Nacional.
São eles: os senadores Paulo Paim, Eduardo Suplicy, José Sarney (PMDB-AP) e Pedro Simon (PMDB-RS) e o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE). Destes, apenas o senador Paulo Paim (PT-RS) fez parte da lista tanto como deputado quanto como senador.