O Brasil registrou nessa terça-feira (19) 1.179 mortes em 24 horas decorrentes da pandemia de coronavírus. O número recorde indica que a doença segue se alastrando. Porém, ainda mais duradouros serão os seus impactos econômicos, segundo o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior. Ele alerta que o auxílio emergencial expira em junho, justamente quando o país deverá estar no pico de mortos e contaminados.
“Precisamos abrir esse debate, deixando muito claro que a pandemia não vai passar tão rápido. E que a crise econômica que vem com ela terá consequências tão graves como a própria questão sanitária. É fundamental que o auxílio emergencial caminhe para se tornar uma renda básica de cidadania“, defendeu.
Ele comentou levantamento realizado pela consultoria IDados, a pedido do jornal Valor Econômico, que mostra que o total de domicílios sem renda do trabalho cresceu em 1 milhão de unidades, no primeiro trimestre de 2020, aumento de 6,5% em relação ao último trimestre de 2019.
O período da pesquisa contemplou apenas o começo dos efeitos da pandemia. “Já estamos há dois meses do período abordado, o que significa que a quantidade de domicílios sem renda do trabalho deve estar se ampliando.” Parte significativa dessa redução do número de domicílios com renda do trabalho se deve aos impactos da pandemia na economia informal.