Dilma: Brasil está pronto para contribuir com o FMI

A presidente afirmou aos líderes do G20 que o Brasil está pronto para contribuir com recursos para o FMI na busca de uma solução para a crise na Europa

Dilma: Brasil está pronto para contribuir com o FMI

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (03/11) aos demais líderes do G20 que o Brasil está pronto para contribuir com recursos para o Fundo Monetário Internacional (FMI) na busca de uma solução para a crise na Europa.

Em almoço que marcou o início oficial da reunião de cúpula do G20, Dilma manifestou preocupação de que a crise respingue nos países emergentes e frisou a importância de o grupo pensar em medidas que possam alavancar o crescimento global.

A expectativa na semana passada era que o G20 pudesse definir um modelo de apoio ao plano de resgate da Grécia aprovado pela União Europeia na última quinta-feira. O Brasil vinha afirmando sua disposição de fornecer mais recursos via acordos bilaterais com o FMI que pudessem se traduzir no compromisso de futuros aumentos de cotas na instituição.

As incertezas em torno da zona do euro, contudo, se aprofundaram após a convocação pelo governo grego de um plebiscito para consultar a população sobre o plano de resgate, ou sobre a permanência no euro. Em meio a preocupações crescentes de que a Grécia possa deixar a moeda comum europeia, diminuiu a expectativa de que o grupo, e em particular a China, possa se comprometer com uma ajuda mais substancial a Atenas.

Dilma afirmou que o Brasil é solidário com a Europa, mas defendeu que as dificuldades demandam liderança e uma ação clara e rápida. Segundo uma fonte familiarizada com o encontro, a presidente frisou que o continente é um “patrimônio democrático” que precisa ser preservado.

Acordo com Grécia na berlinda
O premiê grego, George Papandreou, anunciou na segunda-feira a convocação de um referendo para aprovar o plano de resgate à Grécia. Porém, uma pesquisa feita pela empresa Kappa indicou que 60% dos entrevistados no país são contrários ao acordo alcançado com os sócios europeus.

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, criticou a medida e disse que, se a iniciativa for recusada, será um caos. “Se for aprovado (o acordo), poderá ser um sinal positivo para as pessoas. Se fracassar (e a iniciativa for rejeitada), será um caos”, afirmou.

Após forte polêmica, Papandreou anunciou, nesta quinta (3), que retirará a proposta do referendo se a oposição ao governo apoiar o pacote de resgate.

“Ficarei feliz se não fizermos o plebiscito, que nunca foi um fim em si mesmo. Fiquei contente de que toda essa discussão tenha trazido várias pessoas de volta ao bom senso”, disse Papandreou, em comunicado citado pela agência de notícias Reuters. “Se a oposição sentar à mesa para apoiar o resgate, um referendo não será necessário.”

Proposta da União Europeia
A Europa chegou a Cannes com um pacote de medidas adotado na quinta-feira passada, em Bruxelas, para tentar resolver uma crise da dívida, que dura já dois anos, e para tentar evitar uma recessão da economia mundial.

Uma das decisões foi ampliar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, dos atuais € 440 bilhões para € 1 trilhão, para evitar o contágio de outros países da zona do euro, como Itália e Espanha.

Apesar de não estar muito definido o funcionamento deste fundo de resgate, os europeus esperam que países emergentes como Brasil e China possam contribuir.

Os líderes europeus também fecharam um acordo com os credores privados que possuem títulos da dívida da Grécia. Eles aceitaram perdas de 50% nos seus papéis, o equivalente a € 100 bilhões (US$ 140 bilhões).

Como é o plano de resgate à Grécia
O plano de resgate à Grécia para evitar um calote da dívida pública foi firmado na semana passada, em Bruxelas, após 11 horas de negociações entre os líderes da União Europeia.

Eles fecharam um acordo com os credores privados que possuem títulos da dívida da Grécia, e que aceitaram perdas de 50% nos seus papéis, o equivalente a € 100 bilhões (US$ 140 bilhões).

Em contrapartida, a Grécia se compromete a continuar adotando uma firme política de economia, com privatizações, cortes de empregos públicos, reduções salariais e enxugamento das despesas.

Agenda de Dilma
Pela manhã, antes da abertura dos trabalhos do G20, Dilma participou de encontro com os demais líderes dos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Na reunião, segundo a delegação chinesa, o grupo trocou impressões sobre a situação econômica global e discutiu a crise de dívida da Europa.

Ainda durante a manhã, Dilma teve reuniões bilaterais com o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, e com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong.

Fonte: UOL Economia com informações da Reuters

O QUE É E QUEM FAZ PARTE DO G20

O G20 foi criado em 1999, após crises financeiras na Ásia, na Rússia e na América Latina. Reúne os países ricos do G7 -EUA, Japão e Alemanha, entre eles- mas também países emergentes, como Brasil, China e Índia

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