Ávidos por más notícias, os jornalistas que acompanham a missão oficial do Brasil à Rússia abordaram a presidenta da República, em Moscou. Não lhes interessava saber sobre as negociações e outros interesses da visita. Eles queriam saber se a derrubada de seu veto a parte do projeto dos royalties do petróleo representava crise no governo, se ela se via como derrotada pela decisão do Congresso, se as relações entre o Executivo e o Legislativo estavam estremecidas … e outras indagações do gênero.
A presidenta não se conteve – e respondeu:
“Eu acho que vocês adoram muito a palavra crise. Em tudo vocês vêem crise. Não tem crise. O funcionamento da democracia é assim. Então nós temos que nos acostumar com ela”, disse aos jornalistas.
Mas não foi suficiente. Diante da insistência, ela retomou:
“Eu sou de uma época, eu era bem mais nova, em que tudo no Brasil virava crise. Mas um tipo de crise bem mais grave do que hoje. A gente ia para a cadeia”, disse.
“Nós somos um país democrático. Nada disso num país como o nosso pode resultar
Frustrados, os jornalistas não conseguiram o combustível para a crise que desejavam.