Dilma critica ambiente que cercou a retirada de Pinto Molina da Bolívia

Eu estive no DOI-CODI, eu sei o que é o
DOI-CODI. Asseguro a vocês: é tão
distante o DOI-CODI da embaixada
brasileira lá em La Paz, como é
distante o céu do inferno

Para presidenta, Brasil deve garantir a integridade física de cidadãos considerados asilados e disse que País não deveria aceitar a retirada de senador boliviano sem salvo conduto.

Ao final da sessão solene de comemoração dos sete anos da Lei Maria da Penha e entrega do relatório oriundo da CPMI da Violência contra a Mulher, a presidenta Dilma Rousseff falou aos jornalistas sobre a situação do senador boliviano Roger Pinto Molina, que fugiu de seu País, no último final de semana, sem a obtenção do salvo conduto, que lhe garantiria sair do país vizinho em segurança.

“O Brasil jamais poderia aceitar a saída desse cidadão, sem salvo conduto”, disse a presidenta sobre as condições que cercaram a retirada do senador boliviano de seu país. Ela enfatizou que um estado democrático e civilizado deve, em primeiro lugar, garantir a segurança e a vida de exilados.“Um país civilizado e democrático protege seus asilados sobre os quais ele tem de garantir sobretudo a segurança em relação a integridade física. (…) Um governo não negocia vidas. O governo age para proteger a vida. (…) Não há nenhuma similaridade, eu estive no DOI-CODI, eu sei o que é o DOI-CODI. Asseguro a vocês: é tão distante o DOI-CODI da embaixada brasileira lá em La Paz, como é distante o céu do inferno. Literalmente isso”, afirmou Dilma.

“Lamento que um asilado tenha se submetido ao risco que esse cidadão se submeteu. Um país deve garantir conforto ao seu asilado. Não tem nenhum fundamento acreditar que um governo aceite submeter uma pessoa que está sob seu asilo ao risco de vida”, concluiu Dilma.

O senador Roger Molina é opositor do presidente da Bolívia, Evo Morales e fugiu para o Brasil no último final de semana. Sua fuga resultou na substituição do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, por Luiz Fernando Figueiredo, que servia como embaixador do Brasil junto às Nações Unidas.

Réu em diversos processos, Pinto Molina acusa o governo do atual presidente boliviano, Evo Morales, de perseguição política. O senador estava refugiado na Embaixada do Brasil, em La Paz, havia aproximadamente 400 dias. A fuga do senador para o Brasil motivou protestos do governo da Bolívia e desconforto ao Itamaraty.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), teve participação direta na vinda de Molina para o Brasil.

Veja a entrevista completa da presidenta Dilma

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Foto: Agência Senado

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