Lindbergh: não podemos fazer a regressão em um ano e meio e voltar há 12 anosApós contornar a crise política, é hora da presidenta Dilma se concentrar na reorientação da política econômica do País, investindo em medidas contra a recessão e pela manutenção do emprego. Essa é a opinião do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que defendeu que o governo aproveite o momento político – após a manutenção, no Congresso, de importantes vetos presidenciais que economizarão bilhões aos cofres públicos – para garantir que o Brasil não retroceda nas conquistas dos últimos anos.
“Não podemos fazer a regressão em um ano e meio e voltar há 12 anos. Não podemos permitir que famílias que subiram pra classe média caiam de patamar novamente”, afirmou o senador, em discurso ao plenário, nessa quinta-feira (20).
Lindbergh afirmou que quer defender o projeto que fez uma grande transformação social no País, mas que, se a atual política econômica for mantida, haverá um aprofundamento da crise com o aumento do desemprego. “Se aumentar desemprego, a crise social traz de novo a crise política, a discussão do impeachment e nós vamos ficar nesse velho Fla x Flu da política”, disse.
No pronunciamento, o parlamentar aproveitou para elogiar a articulação do governo federal com sua base para a aprovação de medidas importantes no Congresso Nacional. Para ele, os resultados positivos obtidos nas últimas semanas são provenientes das mudanças feitas na equipe do Executivo.
“A entrada de Jaques Wagner e de [Ricardo] Berzoini restabeleceram aqui, no parlamento, uma situação que, há muito tempo, não existia. Acho que, em especial, a capacidade do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, de conversar com todos os atores políticos da base governista, e até da oposição, tem sido muito importante”, destacou.
Para o senador, é preciso agora manter as conversas para conseguir aprovar, até o final do ano, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a mudança na meta fiscal.
Demarcação de terras indígenas
As propostas retrógadas aprovadas há pouco tempo pela Câmara dos Deputados também foram lembradas por Lindbergh. Segundo ele, essas pautas conservadoras não passarão pelo Senado, como a PEC 215/2000, que muda o critério de demarcação das terras indígenas.
“Com essa bancada progressista, a gente tem discutido aqui com todos e impedido que esses projetos sejam aprovados. Quero dizer aqui aos povos indígenas que a PEC 215 não passará no plenário do Senado”, afirmou.
Outras matérias aprovadas pelos deputados e que serão combatidas no Senado, de acordo com Lindbergh, serão o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015, que trata do serviço terceirizado; o Estatuto da Família (PL 6583/2013) e o PL 5069/2013, que modifica o atendimento a mulheres que foram vítimas de estupro. “E eu tenho certeza também que esse Estatuto do Desarmamento que eles estão rasgando nós vamos corrigir aqui no Senado Federal”, disse.
Leia mais:
Não podemos admitir que a crise seja jogada nos trabalhadores, diz Lindbergh