Dilma diz que enfrentará poderosos para reduzir impostos

Dilma enfatiza que pilares de “nosso modelo econômico” não serão mudados - crescimento com distribuição de renda, baixo desemprego, maior qualificação e investimento em educação. Ela conclamou a sociedade a acreditar mais no Brasil.


“Este governo vai continuar sua luta firme
pela redução de impostos e pela diminuição
dos custos para o produtor e consumidor,
mesmo que tenha que enfrentar interesses
poderosos”

O modo petista de governar, um modelo que alia o crescimento econômico à melhora da distribuição de renda e da diminuição da desigualdade social no Brasil não vai mudar. Essa garantia foi reforçada ontem à noite pela presidenta Dilma Rousseff em seu pronunciamento em cadeia de rádio e televisão para comemorar a data de 1º de maio, Dia do Trabalho. A presidenta atribuiu a esse modelo à nova realidade brasileira: um baixo índice de desemprego, a inclusão de 40 milhões de pessoas na classe média, maior qualificação e o investimento incansável na qualidade da educação. “Trabalhadoras e trabalhadores, acreditem apaixonadamente no Brasil e na força do trabalho de cada um de vocês. Não tenham dúvida de que o Brasil, com a força de vocês, pode e vai crescer mais, garantindo o emprego de hoje e o de amanhã”, afirmou.

Dilma destacou que esse caminho, unindo todas as pontas que fazem ampliar as conquistas históricas dos trabalhadores, bandeira do Partido dos Trabalhadores, não tem volta. “Este governo vai continuar sua luta firme pela redução de impostos e pela diminuição dos custos para o produtor e consumidor, mesmo que tenha que enfrentar interesses poderosos”, enfatizou.

Por esses interesses poderosos, por mais que a presidenta não tenha dito, diz respeito à pressão contrária vindo da oposição que tentou por todas as formas evitar a redução dos impostos da conta de luz. A oposição ficou sozinha, porque atendeu ao pleito dos empresários e repercutiu no bolso das famílias, que viram a conta de luz ter seu valor reduzido.

Enquanto a oposição também coloca suas fichas na volta da inflação e uma parte da mídia praticamente comemora a alta dos preços, fazendo um carnaval pela alta do preço do tomate – aliás, já está em queda -, a presidenta foi pontual ao dizer que é óbvio que um governo que age para fazer o País crescer, distribuir renda e diminuir a desigualdade, e uma presidenta que pensa desta maneira, “não vão descuidar nunca do controle da inflação, porque esta é uma luta constante, imutável e permanente”.

Em seu pronunciamento, Dilma também comentou sobre um pleito antigo e uma bandeira histórica do PT e da CUT, ou seja, a isenção do Imposto de Renda na participação dos lucros obtidos pelas empresas e a aprovação da PEC que estende os direitos previstos na CLT aos trabalhadores domésticos. “O País dialoga com o trabalhador e os sindicatos e respeita os direitos trabalhistas”, afirmou.

Nessa equação do modelo adotado a partir de 2003 pelo ex-presidente Lula, o Brasil gerou nos últimos dez anos 19,3 milhões de empregos com carteira assinada – só nos dois anos de mandato de Dilma foram criados 3,9 milhões de novos postos de trabalho – e o salário mínimo teve ganho real de mais de 70% nesse período. Dilma lembrou, ainda, uma recente manifestação oficial do Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhecendo que o Brasil foi o país que mais reduziu o desemprego entre 2008 e 2012. É bom lembrar que em tempos não muito distantes o FMI mandava e desmandava na condução de uma política neoliberal que combinava arrocho salarial com privatizações, privilegiava os rentistas que sobreviviam com juros elevadíssimos e sequer olhava para a redução das desigualdades.

“Tivemos o menor índice de desemprego da história e, segundo o Dieese, o melhor ano de reajustes, com 95% das categorias conquistando aumento real de salário. Não houve apenas aumento, mas também melhoria na qualidade do emprego: cresceram os níveis de escolaridade, ampliou-se a formalização e, ao mesmo tempo, diminuiu a taxa de desemprego entre jovens e adultos”, salientou. Para confirmar isso, outro levantamento do Dieese aponta que de cada 10 reajustes salariais concedidos neste ano, 9 conseguiram ganhos reais e este a maioria dos reajustes ficarão acima da inflação, já que os ganhos devem melhorar no segundo semestre com a inflação em queda.

Brasil, pátria educadora
A presidenta Dilma reservou em seu pronunciamento um espaço considerável para mostrar a importância da educação na o desenvolvimento do País, principalmente quando fez a defesa de que 100% dos recursos oriundos dos royalties da exploração de petróleo da camada do pré-sal sejam destinados à essa área estratégica. Por isso, pediu apoio da população brasileira à proposta do governo que tramita no Congresso Nacional destinando mais recursos para a Educação. “Peço a vocês que incentivem o seu deputado e o seu senador para que eles apoiem essa iniciativa”, afirmou.

Para a presidenta, só uma educação de qualidade poderá garantir mais avanços para o emprego e para o salário, e a política de governo já possibilitou a ampliação do acesso e a melhora da qualidade de ensino. Atualmente, o Brasil já conta com 32 mil escolas funcionando em tempo integral; o programa Pronatec, de qualificação profissional, deverá atingir cinco milhões de matrículas até o final deste ano; mais de 1,2 milhão de jovens já receberam bolsas do ProUni; 870 mil estudantes são beneficiados pelo financiamento do Fies e 41 mil estudantes brasileiros já tiveram bolsas aprovadas para estudar nas melhores universidades do mundo, uma ação no âmbito do Programa Brasil Ciência sem Fronteiras.

“Somente a pressão de todos vai fazer os governos, as empresas, as igrejas, os sindicatos, em suma, toda a sociedade trabalharem ainda mais pela educação. Somente assim poderemos gritar, em uma só voz, uma nova marca de fé e amor para o nosso País. Poderemos gritar, do fundo do nosso coração: Brasil, pátria educadora”, finalizou.

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