A presidenta Dilma Rousseff deu vários recados importantes ao País, em seu pronunciamento da véspera do 1º de Maio deste ano. Em rede nacional de rádio e tevê, reafirmou sua prioridade pelo fim da miséria extrema , pela redução das desigualdades e pelo pagamento de salários dignos para o trabalhador brasileiro. Mas Dilma foi além dos objetivos centrais de seu mandato, na passagem de seu segundo Dia do Trabalho como chefe do principal posto executivo do Brasil.
A economia do país foi o eixo dos 7 minutos e 23 segundos de sua fala à Nação. A presidenta reforçou que seu governo quer o pagamento de “salários dignos”, condição para que “todo trabalhador tenha o direito de usufruir de tudo que o seu país produz”, e manifestou:
“Não quero ser a presidenta que cuida apenas do desenvolvimento do país, mas aquela que cuida, em especial, do desenvolvimento das pessoas. Cuidar do desenvolvimento das pessoas significa lutar por uma saúde melhor para os brasileiros pobres e de classe média; significa prover educação de qualidade em todos os níveis”, enumerou Dilma, chamando para a necessidade da soberania do País ser também lastreada pelo desenvolvimento de novas tecnologias e pela formação de qualidade de profissionais aptos a responder às demandas que o mercado de trabalho reclama. Como exemplo de ação governamental, ela sublinhou o programa “Brasil Sem Fronteiras”, que oferece bolsas de estudos para 100 mil estudantes nas melhores universidades do mundo, e enfatizou:
“Cuidar do desenvolvimento das pessoas significa lutar incessantemente para acabar com a pobreza extrema em todas as regiões do país, significa enxergar o trabalhador como cidadão pleno de direitos civis, enxergar também como consumidor com condições de comprar todos os bens e serviços que sua família precise para viver de maneira cômoda e feliz”.
Para garantir a ascensão de oferta de emprego e melhores salários, a presidenta assegurou que o governo está comprometido em “proteger a indústria e a agricultura”, tendo, como instrumento, uma política de câmbio que garanta a participação do Brasil no mercado internacional e domínio sobre a entrada de produtos estrangeiros no mercado interno.
Nenhum outro tema mereceu mais atenção da presidenta do que a necessária redução dos juros cobrados pelos bancos e financeiras do país. Para ela, taxas menores não são apenas “parte da luta de proporcionar às famílias brasileiras condições dignas de consumo”, mas também a derrubada de um dos principais entraves à produtividade nacional.
De novo, Dilma cobrou dos bancos e financeiras equivalência às taxas praticadas no mercado internacional, e reclamou:
“É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. O Brasil de hoje não justifica isso”, destacou. “Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros para empresas e para o consumidor, enquanto a taxa básica Selic cai, a economia se mantém estável e a maioria esmagadora dos brasileiros honra, com presteza e honestidade, os seus compromissos. O setor financeiro, portanto, não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros. A Selic baixa, a inflação permanece estável, mas os juros do cheque especial, das prestações ou do cartão de credito não diminuem. A economia brasileira só será plenamente competitiva quando nossas taxas de juros seja para produtor, seja para consumidor, se igualarem as taxas praticadas no mercado internacional. Quando atingirmos esse patamar, nossos produtores vão poder produzir e vender melhor e nossos consumidores vão poder comprar e pagar com mais tranquilidade.”
Da parte do governo, garantiu que o empenho para “uma economia mais forte” passa necessariamente pela “diminuição equilibrada dos impostos para produtores e para consumidores”, assim como ocorreu com a recente medida de seu governo que reduziu o imposto sobre as folhas de pagamento.
Para garantir postos de trabalho, a presidenta também disse que seu governo está comprometido com “uma taxa de câmbio que defenda nossa indústria e nossa agricultura, em suma, os nossos empregos, e que o governo utilize os recursos públicos, sempre de forma eficiente e honesta, para que a população sinta, da forma mais efetiva possível, o bom retorno do imposto que paga”
Dilma Rousseff enfatizou ainda que seu governo não deixará de cobrar que todos façam sua parte para o crescimento do Brasil e de todos os brasileiros. “Garanto às trabalhadoras e aos trabalhadores brasileiros que vamos continuar buscando meios de baixar impostos, de combater os malfeitos e os malfeitores e, cada vez mais, estimular as coisas bem-feitas e as pessoas honestas de nosso país”, disse.