Dilma entrega primeira estação de bombeamento do Eixo Norte do São Francisco

Dilma entrega primeira estação de bombeamento do Eixo Norte do São Francisco

Dilma: “Vivemos um momento histórico. Vamos ser capazes de, quando a seca vier, manter a vida praticamente normal. Esse é o nosso objetivo”

A presidenta Dilma Rousseff entregou nesta sexta-feira (21) a primeira Estação de Bombeamento (EBI-1) do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). A estrutura levará água por 45,9 quilômetros até o reservatório de Terra Nova, localizado em Cabrobó (PE). Com isso, o projeto chega a 77,8% das obras concluídas. O investimento nesse trecho é de R$ 625 milhões.

“Há exatamente um ano estive aqui, quando a água do São Francisco começou a fluir até esta estação de bombeamento. Muita gente falava que a obra não sairia do papel. Pois saiu”, destacou Dilma em seu pronunciamento.

O trecho entregue possui 477 quilômetros de canais, nove estações, 27 reservatórios, quatro túneis e 14 aquedutos. “O mais importante é que a obra vai beneficiar 12 milhões de brasileiros de 390 municípios. Doze milhões é mais que a população do Paraguai e do Uruguai somadas. Vivemos um momento histórico e vamos ser capazes de, quando a seca vier, manter a vida praticamente normal. Esse é o nosso objetivo”, disse ela.

A presidenta disse que determinou aos ministros da Integração Nacional e do Ministério do Planejamento que apresentem um plano de revitalização para os próximos dez anos do rio. “Conviver com a seca é saber que mais cedo ou mais tarde ela chega. Mas, quando chegar, ela não nos pega sem proteção. Temos um grande empenho em mudar uma situação de desigualdade que havia entre as regiões do País. Tivemos um grande esforço para garantir que o Brasil tivesse uma pobreza menor e não tivesse miséria”, disse.

Dilma marcou posição ao afirmar não haverá “aperto de cinto” nos programas essenciais para que o País continue avançando. “O governo tem que assegurar oportunidades iguais, isso é o que nós nos esforçamos para fazer. Sabemos que junto com a água desses canais também vai fluir a esperança que temos nesse País e a certeza que ele será cada vez mais próspero”, salientou.

A bomba da EBI-1 tem capacidade para elevar a água do nível do rio até 36 metros, altura similar a um edifício de 12 andares. ACM8HOZ8WIAAegpo vazão é de 12,4 m³/segundo. O equipamento pesa aproximadamente 100 toneladas – equivalente a 100 veículos populares – com capacidade para bombear a água do São Francisco por sete quilômetros, até o primeiro reservatório, Tucutú. Em seguida, a água correrá por quatro aquedutos, até Terra Nova, segundo reservatório do Eixo Norte. A potência de cada motor é de 5,5 MW.

O reservatório Tucutú estará cheio em 39 dias, com a bomba em operação durante 16 horas diárias, cinco dias por semana. Após essa etapa, serão necessários mais 18 dias para encher o reservatório Terra Nova. Neste período, as obras da segunda Estação de Bombeamento do Eixo Norte (EBI-2) estarão em fase de conclusão.

As Estações de Bombeamento são estruturas responsáveis por elevar a água de um terreno mais baixo para outro mais alto. O Eixo Norte possui três estações distribuídas nos 260 quilômetros de extensão (EBI-1, EBI-2 e EBI-3). Elas têm capacidade para impulsionar a água 188 metros acima do nível do São Francisco – altura que pode ser comparada a um prédio de 58 andares. A previsão é de que as três estarão concluídas até o fim deste ano.

Para Róbson Botelho, diretor de projetos estratégicos do Ministério da Integração Nacional, essa obra é emblemática para o Nordeste porque vai trazer uma nova etapa de desenvolvimento. “Ela tem uma importância para suprir a deficiência que o Nordeste enfrenta de secas seguidas. Estamos hoje com cerca de quatro anos com reservatórios em baixa. Eu diria que a transposição vem a ser uma espécie de redenção do Nordeste. Não tenho dúvida de que isso vai dar um impulso ao desenvolvimento da região”.

Com 6.836 trabalhadores, o Eixo Norte abrange a construção de 15 reservatórios, oito aquedutos, três túneis, canais, além das três estações elevatórias. Os testes fazem parte da pré-operação da obra e são iniciados a partir da conclusão das estruturas do projeto. A etapa engloba a verificação dessas estruturas, antes do recebimento definitivo das águas do São Francisco. Nessa fase, além do funcionamento da bomba, são monitorados os sistemas elétricos e de telecomunicações, painéis, válvulas e motores, que compõem a estação elevatória.

Preservação do rio
As ferramentas de simulação hidrológica utilizadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) mostraram que o projeto pode captar 26,4 m³/s, mesmo em períodos muito secos. Isso representa 1,4% da vazão média do rio, ou seja, duas colheres de sopa para cada litro d’água despejado no mar. Na cheia, a captação pode chegar a 127 m³/s, sem prejudicar o rio.

O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) aponta que o projeto é a alternativa estrutural mais consistente para o fornecimento adequado de água à região. Foram realizados diversos estudos e avaliações técnicas em conformidade com as diretrizes do Plano Decenal da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, concluído pela ANA.

O Ministério da Integração Nacional, por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), já investiu cerca de R$ 1,7 bilhão em ações de revitalização do rio. O valor total aprovado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é de R$ 2,5 bilhões.

Projeto São Francisco
A integração do Rio São Francisco vai garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Dados de julho apontam 77,8% de avanço físico da obra, com 9.980 trabalhadores contratados nos dois eixos. Mais de três mil equipamentos estão em operação.

 O projeto é composto por 477 quilômetros de extensão, organizados em dois eixos de transferência de água: Norte, com 260 quilômetros, e o Leste, com 217. As obras do projeto serão entregues a partir deste ano, com previsão final entre dezembro de 2016 e início de 2017.

Ao mesmo tempo em que busca garantir o abastecimento de água dos grandes centros urbanos da região, como Fortaleza (CE), Juazeiro do Norte (CE), Crato (CE), Mossoró (RN), Campina Grande (PB), Caruaru (PE), e de centenas de pequenas e médias cidades do semiárido, o projeto beneficiará as comunidades localizadas às margens dos dois eixos (Norte e Leste).

Com informações do Portal Brasil e do Ministério da Integração Nacional

 

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