“O direito ao voto e a eleição da presidenta Dilma foram as maiores conquistas das mulheres brasileiras nos últimos tempos”, afirmou a senadora Marta Suplicy (PT-SP), durante a cerimônia de comemoração do Dia Internacional da Mulher, quando foi entregue o Prêmio Bertha Lutz à presidenta Dilma Rousseff. Igualdade de gênero e protagonismo são palavras-chave do século XXI, disse Dilma ao marcar a solenidade.
“Eu acredito que igualdade de oportunidade, gênero, etnia, raça, de todos os tipos, deve ser uma obsessão desse País. Nós só seremos, de fato, uma nação desenvolvida se isso ocorrer. As pessoas são diferentes, mas não pode, não deve haver oportunidades desiguais”. “Todas as mulheres brasileiras merecem esse prêmio, porque foram elas que me conduziram até aqui”, completou.
Segundo Dilma, a meta mais importante de seu governo é garantir a igualdade de oportunidades. “A igualdade de oportunidades é a mais importante das metas do meu governo assim como foi do governo do presidente Lula. Eu acredito que igualdade de oportunidade, igualdade de condição, de gênero, de raça, enfim, de todos os tipos, deve ser a obsessão desse País. Só seremos de fato uma nação desenvolvida se isso ocorrer”, afirmou.
Dilma afirmou que luta para que o país alcance a igualdade de gênero, social, regional e de raça. “Como presidenta da República e como mulher eu me dedico a ajudar o meu País a avançar na conquista da igualdade entre mulheres e homens, de todas as cores e raças, entre brasileiros e brasileiras das diferentes regiões do País e, fundamentalmente, entre pobres e ricos”, disse.
Ao receber o prêmio, a presidenta disse se sentir como representante das 97 milhões de mulheres brasileiras. “Sinto-me representando as 97 milhões de brasileiras que cotidianamente no seu trabalho, na sua família, são decisivas para o processo de transformação do Brasil. Por isso, como presidente da República, eu não posso receber esse prêmio sem dizer que todas elas merecem esse prêmio”, afirmou.
Receberam o Prêmio Bertha Lutz Maria do Carmo Ribeiro, reconhecida militante política e ex-mulher de Luiz Carlos Prestes; Eunice Michiles, a primeira senadora eleita no Brasil; Rosali Scalabrin, representante da Comissão Pastoral da Terra; e a professora da Universidade Federal da Bahia, Ana Alice Alcântara da Costa, uma das responsáveis pela implantação das primeiras Delegacias Especializadas de Atendimento da Mulher (DEAM) no País. O Prêmio Bertha Lutz é concedido a personalidades femininas que contribuíram de alguma forma para a ampliação dos direitos e do espaço da mulher na sociedade.
Fortalecimento da mulher
Durante o discurso, Dilma falou da importância da presença da mulher nos cargos públicos e sobre os programas do governo, criados para fortalecer e amparar a mulher na sociedade. Ela citou uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), comprovando que a desigualdade de renda entre homens e mulheres gera também uma maior desigualdade social. Com isso, as mulheres são mais penalizadas com a pobreza no País, principalmente quando são chefes de família. Por isso, o Governo Federal tem priorizado o atendimento às necessidades delas.
No programa Bolsa Família, por exemplo, 93% das cartas emitidas são em nome de mulheres. Na primeira fase do programa Minha Casa Minha Vida, 47% dos contratos foram assinados por mulheres. O objetivo era garantir a elas a titularidade do imóvel para, em caso de separação do casal, a mulher permanecer com os filhos no imóvel. “Se a guarda dos filhos for do homem, a titularidade será dele. Mas, se for da mulher, o que é mais comum, ela é que deverá ficar com a casa. Essa foi a forma que encontramos de também proteger as crianças”, explicou Dilma Rousseff.
A proteção à criança também vem na forma de educação, afirmou a presidenta. A construção de 6 mil creches e pré-escolas, até o final do ano, vai possibilitar tranquilidade às mães que trabalham fora de casa. O ensino em tempo integral também está sendo impulsionado no País. A meta de implantação do sistema em 60 mil escolas, prevista para 2014, será antecipada para dezembro de 2012. “A criança vai permanecer mais tempo na escola onde, além estudar, terá acesso a reforço escolar, esportes e artes”, garantiu a presidenta Dilma.
Simbolismo
A senadora Ana Rita (PT-ES) reconhece que o governo tem trabalhado para o fortalecimento da mulher na sociedade e a diminuição das desigualdades entre homens e mulheres. “No governo, 10 mulheres ocupam ministérios, antes só ocupados por homens. Precisamos agora garantir mais espaço na política, aumentando a nossa participação no Senado, na Câmara, nas Assembleias etc”, afirmou.
A presença de mais mulheres no cenário político também foi reclamada pela senadora Marta Suplicy. Mas, para ela, a presença de uma mulher na Presidência da República já tem um significado simbólico para as meninas de hoje, que refletirá no futuro. “Isso terá um impacto muito importante para nossas meninas, que poderão brincar de ser presidentas. Não será mais a figura de um cavaleiro que passará na vida delas. Será a de uma presidenta”, concluiu Marta.
“Quero homenagear Dilma Rousseff, que rompe um paradigma ao ser a primeira mulher a ocupar a Presidência da República. É o orgulho para todos os brasileiros, que reconhecem no seu governo a sua liderança”. Assim o presidente do Senado, José Sarney, saudou a presidente Dilma, que participa da sessão solene de comemoração do Dia Internacional da Mulher.
Eunice Pinheiro
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