No programa Café com a Presidenta desta segunda-feira (07/05), a presidenta Dilma vaticinou que a queda dos juros é um caminho sem volta e tranquilizou os poupadores da caderneta de poupança dizendo que essa aplicação que não incide imposto ou taxa de administração continuará sendo o porto seguro dos investimentos. “A queda da taxa de juros para o consumidor é um caminho sem volta, sabe por quê?, indagou a presidenta, para responder em seguida: porque o Brasil tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos do mundo, e pode perfeitamente fazer a sua parte e ajudar o País diminuindo os juros que cobram dos trabalhadores e dos empresários. “Essa força dos bancos e a segurança da nossa economia têm de permitir que eles ofereçam crédito mais barato para o povo brasileiro”, disse a presidenta.
A iniciativa de abrir o caminho para uma queda mais expressiva das taxas de juros, anunciada pela presidenta na semana passada, refletirá na redução dos juros incidentes nos contratos imobiliários onde a correção está atrelada à Taxa Referencial (TR) que ser de base para a remuneração da poupança.
No programa de rádio, Dilma refutou a possibilidade da aplicação mais popular do País se tornar refúgio para os especuladores em busca de lucro, como andam dizendo alguns analistas econômicos que ainda não digeriram a medida e porque defendem os juros elevados da Taxa Selic. “Não podemos aceitar que agora, quando estamos baixando os juros, ela (a caderneta) se torne uma forma de lucro fácil para aqueles que só querem especular. Nós não cobramos nem Imposto de Renda nem taxa de administração sobre a caderneta, por isso quanto mais os juros baixam, mais atraente a caderneta se torna”.
O mantra repetido por alguns analistas econômicos bate na tecla de que a remuneração das cadernetas ficará maior do que o rendimento pago pelos fundos de investimentos oferecidos pelos bancos. A justificativa, embasada em números, com avaliações técnicas e com toda a sorte de números, insiste na tese que os especuladores, os rentistas, vão fazer a migração dos recursos dos fundos para a poupança. Há certo exagero, porque os mesmos analistas em nenhum momento cobram dos bancos a redução das taxas cobradas para administrar os recursos dos fundos de investimentos, hoje variando de 2% a 4% dos ganhos obtidos.
As mudanças na poupança que abrem caminho para a queda dos juros, segundo Dilma, vão proteger o pequeno poupador, tornando a caderneta de poupança a aplicação mais segura e rentável. “Nós fizemos uma mudança simples, justa e correta, capaz, ao mesmo tempo, de proteger o pequeno poupador e de permitir que as taxas de juros continuem caindo. As cadernetas vão continuar seguras, sem imposto e permitindo saque mensal”, afirmou.
O ponto alto do programa foi quando a presidenta Dilma recomendou uma nova postura aos brasileiros, ou seja, que pesquisem e negociem as melhores taxas de juros com os bancos. “Os nossos cidadãos têm uma arma poderosa para negociar. Fazer os depósitos de sua renda naqueles bancos que vão cobrar as menores taxas de juros quando eles precisarem de empréstimos. Ouvinte, isso é um direito seu! Quando você vai à feira ou quando vai comprar uma geladeira ou uma TV, você faz uma pesquisa para saber onde o produto está mais barato, não é mesmo? Com os bancos, tem que ser do mesmo jeito. O banco é um prestador de serviço. Então é preciso comparar as melhores ofertas, as menores taxas de juros para você escolher onde vai receber seu salário e onde vai pegar um empréstimo”, recomendou.
Por mais que o sistema financeiro do País seja um dos mais sólidos do mundo, porque está adiantado com as recomendações e exigências para evitar solavancos da crise financeira mundial, conforme manda o Acordo de Basiléia, os brasileiros ainda sofrem com juros escorchantes do cheque especial e dos cartões de crédito e ao propor a pesquisa, a presidenta Dilma mostra que o caminho é fazer valer o direito de o cidadão dispor de juros suportáveis ao seu orçamento e evitar que o ganho da melhoria da renda dos brasileiros, verificado nos últimos anos, seja transferido na sua totalidade ao sistema bancário.
Com informações do Blog do Planalto
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