A presidenta da República, Dilma Rousseff, desembarcou em Paris, na manhã desta segunda-feira (10/12), primeira escala de sua visita oficial à Rússia, que começa depois de amanhã (a partir do próximo dia 12, quarta-feira).
O primeiro compromisso oficial da presidente do Brasil na França será um encontro com o presidente François Hollande, do qual também participará o presidente da Assembleia Nacional (o equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil), Claude Bartolone. Na quarta-feira, antes de seguir viagem, ela visita o presidente do Senado, Jean-Pierre Bel e o prefeito de Paris, Bertrand Delanoë – todos do Partido Socialista, o mesmo de Hollande.
A presidenta ainda participará do seminário “Fórum pelo Progresso Social – O crescimento como saída para a crise”, ao lado do presidente francês e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento é patrocinado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès.
Um tema explorado pela mídia, a propósito da visita, é a definição do Brasil com relação à concorrência internacional para renovação da frota nacional de aviões-caça, da qual a França participa com o modelo Dassault Rafale. Não há previsão de que a presidenta anuncie qualquer decisão. Os Rafale concorrem com os F/A-18E/F Super Hornet, da norte-americana Boeing, e com os Gripen NG, da sueca Saab. Mas o processo ainda está indefinido.
O que é certo é que as autoridades francesas apresentarão à presidenta um balanço da construção de cinco submarinos (um deles nuclear) por empresas brasileiras e francesas, no estaleiro francês Direction des Constructions Navales et Services (DCNS), em Cherbourg, a 360 km de Paris.
O contrato é, hoje, o maior acordo militar internacional do Brasil nos últimos anos, no valor de R$ 15 bilhões – R$ R$ 3 bilhões a mais do que a concorrência para aquisição dos aviões caça.
O jornal Valor Econômico desta segunda-feira traz ampla reportagem sobre a construção dos submarinos. O primeiro deles será apresentado em 2017.
Segundo o Valor, a integração entre empresas e técnicos de ambos os países para a construção dos submarinos é exemplo do modelo de “parceria estratégica na inovação” do governo da presidenta.
“A expectativa é que a cooperação na área de submarinos estimulará a indústria brasileira de defesa”, diz o jornal, “inclusive com investimentos de grupos franceses no Brasil. Analistas notam também a importância do financiamento externo. Dos € 6,7 bilhões, cerca de € 4,3 bilhões são crédito francês em 20 anos, o que ajudou a Marinha a não ter o projeto paralisado.
Dilma também reforçará, junto aos franceses, o pedido de ampliação das parcerias em educação, ciência, tecnologia e inovação, a partir do programa brasileiro Ciência sem Fronteiras.
De Paris, a presidenta segue para Moscou. A viagem à Rússia deve ser a última internacional de Dilma em 2012.
Com informação de agências
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